"Tomai lá do O'Neill! - Uma Antologia" de Alexandre O'Neill

"Tomai lá do O'Neill! - Uma Antologia" de Alexandre O'Neill

"Tomai lá do O'Neill! - Uma Antologia"
de Alexandre O'Neill

Selecção de poemas e prefácio de Antonio Tabucchi

Fotografias de Alexandre Delgado O'Neill

Sobrecapa e arranjo gráfico de Luíz Duran

1 Edição de 1986
Círculo de Leitores
294 Páginas

Auto-Retrato

O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...

Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
-
Antologia que o escritor italiano Antonio Tabucchi nos apresenta revertida, dos poemas mais recentes para os mais antigos. Esplendor da palavra surrealista, que, não deixando de o ser, surge em ONeill liberta da ortodoxia. As reproduções fotográficas, da autoria do filho do poeta, vão pontuando os principais núcleos temáticos da escrita do pai.

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Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de dezembro de 1924 Lisboa, 21 de agosto de 1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses. Tem uma biblioteca com o seu nome em Constância.

Autodidacta, O'Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar. Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE .

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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