"Os Pedaços de Madeira de Deus" de Sembène Ousmane - 1ª Edição de 2010

"Os Pedaços de Madeira de Deus" de Sembène Ousmane - 1ª Edição de 2010

"Os Pedaços de Madeira de Deus"
de Sembène Ousmane

1ª Edição de 2010
Edições Avante
Coleção Biblioteca Avante
266 Páginas

O romance Os Pedaços de Madeira de Deus inspira-se num facto histórico: a greve mantida pelos trabalhadores africanos do caminho-de-ferro Dacar-Níger de Outubro de 1947 a Março de 1948. Ergue-se como um grande friso que representa a sociedade do pós-guerra no que é hoje o Senegal e o Mali (então parte da África Ocidental Francesa) no momento em que se organiza a nascente classe operária africana.
Nas páginas de Os Pedaços de Madeira de Deus a África revolucionária faz ouvir o seu grito rebelde. Apesar dos personagens individualizados. o verdadeiro e grande protagonista é o povo, o povo africano catapultado pelo desenvolvimento histórico e pelas novas relações de produção impostas pelo colonialismo para o centro da luta de classes contemporâneas.
O autor deste livro. Sembene Ousmane, é um dos mais destacados autores africanos. Os seus romances. contos e filmes põem a nu as sequelas do colonialismo, desmascaram as neoburguesias, criticam as sobrevivências «feudais» obscurantistas, atacam tudo o que continua a explorar as massas deste continente africano em que tantas independências foram apenas formais.

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Ousmane Sembène (nascido a 1 de Janeiro de 1923 em Ziguinchor, Senegal, faleceu a 9 de Junho de 2007 em Dakar, Senegal), é um grande escritor, realizador, ator e argumentista da África contemporânea, conhecido pela sua vertente militante em questões políticas e sociais.

Em 1946, embarcou clandestinamente para a França e desembarcou em Marselha, onde viveu de vários pequenos empregos. Ele foi estivador no porto de Marselha por dez anos. Ingressou na CGT e no Partido Comunista Francês. Ele milita contra a guerra na Indochina e pela independência da Argélia.

Em 1956, publicou seu primeiro romance, Le Docker noir, que narra sua experiência como estivador. Então, em 1957, ele publicou Ô pays, mon beau peuple. Em 1960, ele publicou um novo romance, Les Bouts de bois de Dieu, que conta a história da greve dos ferroviários de 1947 a 1948 na linha ferroviária Dakar-Niger, ligando Dakar a Bamako. A história se desenrola paralelamente a Dakar, Thiès e Bamako, tendo como pano de fundo o colonialismo e a luta dos ferroviários para ter acesso aos mesmos direitos dos ferroviários franceses.

Em 1960, ano da independência do Sudão francês que se tornou o Mali e do Senegal, Ousmane Sembène regressou a África. Ele viaja por diferentes países: Mali, Guiné, Congo. Começa a pensar no cinema, a dar outra imagem de África, querendo mostrar a realidade através de máscaras, danças, representações.

Em 1961, ele entrou em uma escola de cinema em Moscovo. Em 1962, dirigiu a sua primeira curta-metragem Borom Saret (le carter), seguido em 1964 por Niaye.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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