"Notas do Subterrâneo" de Fiódor Dostoievski - Edição de 1989
"Notas do Subterrâneo" de Fiódor Dostoievski - Edição de 1989
Preço: 8 €
"Notas do Subterrâneo" de Fiódor Dostoievski - Edição de 1989
"Notas do Subterrâneo"
de Fiódor Dostoievski
Edição de 1989
Bertrand Brasil
156 Páginas
Notas do Subterrâneo é um marco no grandioso conjunto de obras que Dostoiévski legou à humanidade. Dotado de um humor mordaz, provocativo e desafiador, este livro introduz as ideias de moral e política que o escritor mais tarde abordaria nas obras-primas Crime e castigo e Os irm os Karamazóv. Sua ideia de "homem subterrâneo" legou à ficç o europeia moderna um dos seus principais arquétipos, encontrado também em Kafka, Hesse, Camus e Sartre: o anti-herói morbidamente obcecado com a sua própria impotência de lidar com a realidade que o cerca. Esta obra, publicada inicialmente na revista Epokha, editada por Dostoiévski e por seu irmão Mikhail, traz em si várias discuss es filosóficas. Dividida em duas partes, é um autoflagelante monólogo no qual o narrador, um rebelde contrário ao materialismo e ao conformismo, discute sua visão negativa do mundo e aborda as principais quest es do seu tempo, constituindo uma narrativa de uma intensidade incomum.
«Eu sou um homem doente Sou um homem mau. Sou um homem nada atraente. Penso que sofro do fígado. Aliás, não percebo patavina da minha doença nem sei ao certo de que é que sofro. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Além do mais, sou supersticioso em extremo; bem, o suficiente, ao menos, para respeitar a medicina. (Tenho instrução bastante para não ser supersticioso, mas sou supersticioso.) É por maldade que não me quero tratar. Isto é uma coisa que vocês, leitores, por certo não podem compreender. Pois, mas eu compreendo.»
---
Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 11.11.1821 - S. Petersburgo, 09.02.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de caráter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a atividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exatidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a conceção da pena como redentora por meio da dor.
BOM ESTADO - PORTES GRÁTIS
de Fiódor Dostoievski
Edição de 1989
Bertrand Brasil
156 Páginas
Notas do Subterrâneo é um marco no grandioso conjunto de obras que Dostoiévski legou à humanidade. Dotado de um humor mordaz, provocativo e desafiador, este livro introduz as ideias de moral e política que o escritor mais tarde abordaria nas obras-primas Crime e castigo e Os irm os Karamazóv. Sua ideia de "homem subterrâneo" legou à ficç o europeia moderna um dos seus principais arquétipos, encontrado também em Kafka, Hesse, Camus e Sartre: o anti-herói morbidamente obcecado com a sua própria impotência de lidar com a realidade que o cerca. Esta obra, publicada inicialmente na revista Epokha, editada por Dostoiévski e por seu irmão Mikhail, traz em si várias discuss es filosóficas. Dividida em duas partes, é um autoflagelante monólogo no qual o narrador, um rebelde contrário ao materialismo e ao conformismo, discute sua visão negativa do mundo e aborda as principais quest es do seu tempo, constituindo uma narrativa de uma intensidade incomum.
«Eu sou um homem doente Sou um homem mau. Sou um homem nada atraente. Penso que sofro do fígado. Aliás, não percebo patavina da minha doença nem sei ao certo de que é que sofro. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Além do mais, sou supersticioso em extremo; bem, o suficiente, ao menos, para respeitar a medicina. (Tenho instrução bastante para não ser supersticioso, mas sou supersticioso.) É por maldade que não me quero tratar. Isto é uma coisa que vocês, leitores, por certo não podem compreender. Pois, mas eu compreendo.»
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Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 11.11.1821 - S. Petersburgo, 09.02.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de caráter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a atividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exatidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a conceção da pena como redentora por meio da dor.
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