Augusto Abelaira // Deste modo ou daquele 1990

Augusto Abelaira // Deste modo ou daquele 1990

Autor: Augusto Abelaira
Obra: Deste modo ou daquele
Editor: O Jornal
Ano: 1990
Primeira edição
Formato: capa mole
Págs: 230

Observações: Augusto Abelaira [Vila de Ançã, Cantanhede, 1926 - Lisboa, 2003]
Romancista, dramaturgo e tradutor. Passou a infância nos Açores. Licenciou-se em Histórico-Filosóficas em Lisboa. Exerceu o magistério por algum tempo e dedicou-se, depois, ao jornalismo, tendo sido director da Seara Nova e da Vida Mundial e cronista de O Jornal e do JL.
No âmbito da chamada geração de cinquenta (Augusto Abelaira, José Cardoso Pires, Fernanda Botelho, Urbano Tavares Rodrigues), a obra de Augusto Abelaira é um exemplo da tranferência do carácter documental, do espaço e personagens rurais e da crença num devir histórico de emancipação que enformavam o neo-realismo dos anos quarenta para uma mais aguda consciência da literatura como arte de escrita, para um espaço e personagens urbanos e para uma atitude interrogativa sobre a teleologia da história. Distanciamento crítico e até autocrítico a que não será estranho o furtar das expectativas nascidas do pós-guerra, o conhecimento de algumas das vicissitudes da «socialismo real e o encontro com o existencialismo.
É precisamente de uma juventude a braços com a fatalidade das suas ilusões frustradas, e que oscila aí entre um pessimismo metafísico e um optimismo hipotético ou de desejo histórico, que nos fala o seu primeiro romance A Cidade das Flores (1959). Enseada Amena (1966) será talvez o romance que melhor resume a primeira fase da obra de A.A., seja nos seus processos estilísticos a construção dialogante, quase teatral, as personagens estilizadas, de algum modo mais pensantes que viventes, a complexificação temporal , seja na fixação da sua problemática: a interrogação pelo sentido da história, do quotidiano, da arte, do amor e da morte. É disso que falam incessantemente as personagens deste romance, e o problema da sua má-consciência advém do facto de apenas falarem. Impossibilitadas de agirem politicamente, mas duvidando também de qualquer dimensão utópica de resistência, acabam por renunciar à acção e conformar-se ao auto-retrato do protagonista: um bípede céptico e desinteressado. Entregues assim a um quotidiano vazio, onde se sentem viver por interpostos costumes e valores, mas não podendo renunciar ao apelo quase biológico da Aventura, as personagens abelairianas acabam por descobrir que o único plano de Acontecimento que lhes está ao alcance é o erótico-sexual daí o seu don juanismo, ainda que auto-irónico, e a consequente problematização do casamento, que atinge em Bolor (1968) um nível de reflexão único na nossa literatura. (...)
Foi tradutor de elevado nível, p.e. em A História do Mundo, de Jean Duché, na qual preserva cuidadosa e sabiamente a ironia do autor. Foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998

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literatura portuguesa, romance
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Etiquetas: Literatura

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