"Um Amor Cortês" de Filomena Cabral - 1ª Edição de 1996

"Um Amor Cortês" de Filomena Cabral - 1ª Edição de 1996

"Um Amor Cortês"
de Filomena Cabral

1ª Edição de 1996
Campo das Letras, Editores
Coleção Campo da Literatura
226 Páginas

Termina Um Amor Cortês a "trilogia da ilusão", uma peregrinação histórica e geográfica, concebida a tríade, fundamentalmente, como uma constelação presente-passado, a História vista como um labirinto, e este como a pátria dos que humanamente hesitam, logo e também sobre um destino português, romântico e poético.

Assiste-se em Um Amor Cortês, entre muitos outros acontecimentos, à chegada de D. Valdevino e D. Beltrão, de Entre Douro e Minho, da Cruzada, no séc. XIV, tendo sido precisamente no lugar vago deixado pelo amor e que seria preenchido pelo instrumento lírico - não podendo nunca estar a ideia musical afastada da linguagem em geral - que haveria de ser urdida a "textura do afecto", enfeitada de suspiros, respirações, prantos, sonoridades dos andaços de amor, as donas tecendo a melancolia da arte e do ser, enquanto aguardavam a chegada dos cavaleiros, Portugal em plena expansão, numa narrativa fantástica que, na semelhança por simulacro, concorda com o maravilhoso e com a ficção. "Os clarins, estridentes, rasgavam a neblina, por mágicas artes surgiam os cavaleiros seguidos por uma pequena multidão, escravos moiros dançando, assegurada a independência da coroa de D. Afonso I, recuadas as fronteiras sarracenas para além do Tejo e do Guadiana; o melhor, opinavam, seria a mercancia com os moiros, lá nas Africas. Quanto aos bretões e germanos, alguma tinta, selos mui ornamentados, enfim, Tratados..." Que entre suseranias, ousadias, manhas de fosseiros, magias, incursões no ultramar, íamos afirmando no mundo nome de Portugal, novos sistemas económicos haveríamos de conhecer e adoptar, como hoje, e também, como então, a competição de Portugal haveria de concretizar-se pela internacionalização, quer quisessem quer não, assim ia crescendo predestinado, sem tal prever, a uma dimensão atlântica, essa seria uma constante: depende da geografia, não da nossa vontade, senão onde iria, teria sido vendida a peso, para mais leve ficar a soberania.

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Nasceu no Porto.
Poeta, ficcionista e jornalista, tem participado em diversas Bienais Internacionais do Livro (S. Paulo, Rio de Janeiro) e na Feira Internacional de Cultura de Brasília; em Congressos de Língua e Literatura Portuguesas, organizados por universidades estaduais e federais (Universidade de S. Paulo - USP, Universidade Estadual de S. Paulo - UNESP, Pontifícias Universidades Católicas de S. Paulo e Rio de Janeiro - PUC, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Universidade de Campinas - UNICAMP e Universidade Fedral de Pernambuco, Olinda). Participou ainda no I Congresso de Literaturas Lusófonas e Simpósio Internacional Mulher e Cultura (Santiago de Compostela), nos Encontros Internacionais de Poesia em Strugga (Macedónia) e Yverdon (Suíça) e no I Congresso de Literaturas Americanas, no Rio de Janeiro. Foi convidada pela Secretaria de Estado da Educação de S. Paulo para as Comemorações dos 500 Anos da Descoberta do Brasil, onde integra a Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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