"Poemas de Abril" de Sidónio Muralha - 1ª Edição de 1974
"Poemas de Abril" de Sidónio Muralha - 1ª Edição de 1974
Preço: 15 €
"Poemas de Abril" de Sidónio Muralha - 1ª Edição de 1974
"Poemas de Abril"
de Sidónio Muralha
Prefácio de Alexandre Cabral
1ª Edição de 1974
Prelo Editora
94 Páginas
POEMA DE ABRIL
A farda dos homens
voltou a ser pele
(porque a vocação
de tudo o que é vivo
é voltar às fontes).
Foi este o prodígio
do povo ultrajado,
do povo banido
que trouxe das trevas
pedaços de sol.
Foi este o prodígio
de um dia de abril,
que fez das mordaças
bandeiras ao alto,
arrancou as grades,
libertou os pulsos,
e mostrou aos presos
que graças a eles
a farda dos homens
voltou a ser pele.
Ficou a herança
de erros e buracos
nas árduas ladeiras
a serem subidas
com os pés descalços,
mas no sofrimento
a farda dos homens
voltou a ser pele
e das baionetas
irromperam flores.
Minha pátria linda
de cabelos soltos
correndo no vento,
sinto um arrepio
de areia e de mar
ao ver-te feliz.
Com as mãos vazias
vamos trabalhar,
a farda dos homens
voltou a ser pele.
---
Sidónio Muralha
Escritor português, nascido em 1920, em Lisboa, e falecido a 9 de dezembro de 1982, no Brasil. Fez um curso comercial em Lisboa, cidade onde desempenhou pequenas funções comerciais até partir para o antigo Congo Belga, em 1944. Aí participou em iniciativas de denúncia, a partir do estrangeiro, da situação de dominação fascista vivida em Portugal. A partir de 1962, fixou residência no Brasil. No espaço de tempo que medeia entre a publicação de Beco (1941) e Passagem de Nível (1942) e a partida para África, pertenceu ao grupo juvenil de que emergiu o Neorrealismo coimbrão, situando-se nesses anos as suas mais conhecidas obras poéticas. Em 1950, chegou a editar em Portugal Companheira dos Homens, obra que reforça a opção por uma poesia militante e de intervenção. O fôlego criativo só voltou a recuperar a sua fluência no Brasil, enveredando então por novos domínios de expressão como a ficção e a literatura infantil.
Figura importante do Neorrealismo português (sendo autor de um dos volumes da coleção "Novo Cancioneiro") e um dos seus principais poetas, publicou, entre outras obras, Os Olhos das Crianças (1963), O Pássaro Ferido (1972) e Poemas de abril (1974).
ESGOTADO E RARO
ÓPTIMO ESTADO - PORTES GRÁTIS
de Sidónio Muralha
Prefácio de Alexandre Cabral
1ª Edição de 1974
Prelo Editora
94 Páginas
POEMA DE ABRIL
A farda dos homens
voltou a ser pele
(porque a vocação
de tudo o que é vivo
é voltar às fontes).
Foi este o prodígio
do povo ultrajado,
do povo banido
que trouxe das trevas
pedaços de sol.
Foi este o prodígio
de um dia de abril,
que fez das mordaças
bandeiras ao alto,
arrancou as grades,
libertou os pulsos,
e mostrou aos presos
que graças a eles
a farda dos homens
voltou a ser pele.
Ficou a herança
de erros e buracos
nas árduas ladeiras
a serem subidas
com os pés descalços,
mas no sofrimento
a farda dos homens
voltou a ser pele
e das baionetas
irromperam flores.
Minha pátria linda
de cabelos soltos
correndo no vento,
sinto um arrepio
de areia e de mar
ao ver-te feliz.
Com as mãos vazias
vamos trabalhar,
a farda dos homens
voltou a ser pele.
---
Sidónio Muralha
Escritor português, nascido em 1920, em Lisboa, e falecido a 9 de dezembro de 1982, no Brasil. Fez um curso comercial em Lisboa, cidade onde desempenhou pequenas funções comerciais até partir para o antigo Congo Belga, em 1944. Aí participou em iniciativas de denúncia, a partir do estrangeiro, da situação de dominação fascista vivida em Portugal. A partir de 1962, fixou residência no Brasil. No espaço de tempo que medeia entre a publicação de Beco (1941) e Passagem de Nível (1942) e a partida para África, pertenceu ao grupo juvenil de que emergiu o Neorrealismo coimbrão, situando-se nesses anos as suas mais conhecidas obras poéticas. Em 1950, chegou a editar em Portugal Companheira dos Homens, obra que reforça a opção por uma poesia militante e de intervenção. O fôlego criativo só voltou a recuperar a sua fluência no Brasil, enveredando então por novos domínios de expressão como a ficção e a literatura infantil.
Figura importante do Neorrealismo português (sendo autor de um dos volumes da coleção "Novo Cancioneiro") e um dos seus principais poetas, publicou, entre outras obras, Os Olhos das Crianças (1963), O Pássaro Ferido (1972) e Poemas de abril (1974).
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Etiquetas: Literatura
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