"O Cônsul" de Júlia Nery
"O Cônsul" de Júlia Nery
Preço: 10 €
"O Cônsul" de Júlia Nery
"O Cônsul"
de Júlia Nery
1 Edição de 1991
Publicações Dom Quixote
190 Páginas
No jardim do consulado ressoavam passos vidrosos; seriam talvez os ecos das cardas alemãs pisando as pedras da França, marchando pelo cais de Bordéus. Não, não eram ainda as botas dos soldados, mas a correria dos garotos sobre o saibro a estilhaçar-se nos ouvidos do Cônsul.
O choro e o riso destas crianças das mais variadas nações, que à volta da casa esperavam, faziam-se pancadas de aldraba repetindo nos seus sentidos todos prolongados gritos de socorro.
Releu as instruções enviadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não encontrava ponto ou vírgula que encaminhassem o sentido de modo a permitir-lhe conceder vistos, pelo menos aos que maiores perigos corriam com os nazis. Como fazê-lo sem arriscar a carreira?
Como poderá alguém preso ao mundo das coisas por uma dúzia de bocas que pedem pão, e também pelas cadeias concretíssimas da fartura, do conforto e do êxito, desprender-se delas à força da ideia abstracta do fazer bem sem olhar a quem?
---
Júlia Nery, de raízes beirãs, nasceu em Lisboa no século XX e vive numa aldeia perto de Cascais, onde foi professora do ensino secundário e deputada à Assembleia Municipal. Publicou a sua primeira obra de ficção em 1984: Pouca terra poucá terra... Conciliando o seu trabalho de professora, de formadora na área específica da Didática da Língua e de dinamizadora de oficinas de escrita, continuou a publicar obras de ficção e de teatro: O cônsul, O plantador de naus a haver (Prémio Eça de Queirós, 1994), Na casa da língua moram as palavras, Infantas de Portugal, Valéria, Valéria, www.morte.com, O segredo perdido, Crónica de Brites, Aquário na gaiola, Da Índia com amor, os três últimos editados pela Sextante. Tem obra traduzida em francês e alemão.
ESGOTADO NAS LIVRARIAS
COMO NOVO - PORTES GRÁTIS
de Júlia Nery
1 Edição de 1991
Publicações Dom Quixote
190 Páginas
No jardim do consulado ressoavam passos vidrosos; seriam talvez os ecos das cardas alemãs pisando as pedras da França, marchando pelo cais de Bordéus. Não, não eram ainda as botas dos soldados, mas a correria dos garotos sobre o saibro a estilhaçar-se nos ouvidos do Cônsul.
O choro e o riso destas crianças das mais variadas nações, que à volta da casa esperavam, faziam-se pancadas de aldraba repetindo nos seus sentidos todos prolongados gritos de socorro.
Releu as instruções enviadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não encontrava ponto ou vírgula que encaminhassem o sentido de modo a permitir-lhe conceder vistos, pelo menos aos que maiores perigos corriam com os nazis. Como fazê-lo sem arriscar a carreira?
Como poderá alguém preso ao mundo das coisas por uma dúzia de bocas que pedem pão, e também pelas cadeias concretíssimas da fartura, do conforto e do êxito, desprender-se delas à força da ideia abstracta do fazer bem sem olhar a quem?
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Júlia Nery, de raízes beirãs, nasceu em Lisboa no século XX e vive numa aldeia perto de Cascais, onde foi professora do ensino secundário e deputada à Assembleia Municipal. Publicou a sua primeira obra de ficção em 1984: Pouca terra poucá terra... Conciliando o seu trabalho de professora, de formadora na área específica da Didática da Língua e de dinamizadora de oficinas de escrita, continuou a publicar obras de ficção e de teatro: O cônsul, O plantador de naus a haver (Prémio Eça de Queirós, 1994), Na casa da língua moram as palavras, Infantas de Portugal, Valéria, Valéria, www.morte.com, O segredo perdido, Crónica de Brites, Aquário na gaiola, Da Índia com amor, os três últimos editados pela Sextante. Tem obra traduzida em francês e alemão.
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COMO NOVO - PORTES GRÁTIS
- TipoVenda
- ConcelhoCascais
- FreguesiaCarcavelos e Parede
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- Id do anunciante34899496
Etiquetas: Literatura
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Raul Ribeiro
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