"DEPOIMENTO" de Marcello Caetano - 1ª Edição de 1974
"DEPOIMENTO" de Marcello Caetano - 1ª Edição de 1974
Preço: 12 €
"DEPOIMENTO" de Marcello Caetano - 1ª Edição de 1974
"DEPOIMENTO"
de Marcello Caetano
1ª Edição de 1974
Distribuidora Record - Brasil
250 Páginas
Logo que, sob prisão, cheguei ao Funchal em 26 de Abril, resolvi aproveitar as horas de ócio forçado para ir redigindo o meu depoimento sobre os sacrificados cinco anos e meio em que tive sobre os ombros o encargo do governo português. E não mais deixei de trabalhar nele até ao dia em que, dois meses decorridos, o terminei, já no Rio de Janeiro. Trata-se de um depoimento e que, por isso, não pode deixar de ser prestado na primeira pessoa. Mas ao qual procurei imprimir a objectividade possível do testemunho de quem apenas tivesse presenciado os factos.
Portugal de ontem. Portugal de hoje.
Portugal de amanhã. Portugal de sempre.
Lutam as facções mas a Pátria portuguesa permanece. Eterna.
Outros já falaram. Muitos falarão.
Marcello Caetano, figura central da política portuguesa desde a juventude, presta aqui o seu Depoimento.
---
Marcello José das Neves Alves Caetano (Santo André e Santa Marinha, Lisboa, 17 de agosto de 1906 Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) foi um jurisconsulto, professor catedrático de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, Marcello Caetano foi destituído de todos os seus cargos, tendo sido acordado aquando da sua rendição no Quartel do Carmo em Lisboa a sua condução imediata, pelo Capitão Salgueiro Maia, para o Aeroporto da Portela, exilando-se no Brasil. A seguir ao golpe de Estado, expressou:
Sem o Ultramar estamos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade das nações ricas, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava em vésperas de se transformar numa pequena Suíça, a revolução foi o princípio do fim. Restam-nos o Sol, o Turismo, a pobreza crónica, a emigração em massa e as divisas da emigração, mas só enquanto durarem.
As matérias-primas vamos agora adquiri-las às potências que delas se apossaram, ao preço que os lautos vendedores houverem por bem fixar. Tal é o preço por que os Portugueses terão de pagar as suas ilusões de liberdade.
O exílio retirou-lhe o direito à pensão de reforma no fim da sua carreira universitária. No Brasil prosseguiu a sua actividade académica como director do Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Recebeu, também, o título de Professor honoris causa da Faculdade de Direito de Osasco (FIEO), no estado de São Paulo.
Marcello Caetano morreu aos 74 anos, a 26 de Outubro de 1980, vítima de ataque cardíaco. A sua morte aconteceu pouco tempo antes de ser publicado o volume I (e único) da sua História do Direito Português, que abrange os tempos desde antes da fundação da nacionalidade até ao final do reinado de D. João II (1495), incluindo um apêndice sobre o feudalismo no extremo ocidente europeu. Morreu sem nunca ter sido autorizado a regressar a Portugal do exílio no Brasil, onde morava no bairro carioca de Copacabana.
O seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.
ESGOTADO NESTA 1ª EDIÇÃO
COMO NOVO - PORTES GRÁTIS
de Marcello Caetano
1ª Edição de 1974
Distribuidora Record - Brasil
250 Páginas
Logo que, sob prisão, cheguei ao Funchal em 26 de Abril, resolvi aproveitar as horas de ócio forçado para ir redigindo o meu depoimento sobre os sacrificados cinco anos e meio em que tive sobre os ombros o encargo do governo português. E não mais deixei de trabalhar nele até ao dia em que, dois meses decorridos, o terminei, já no Rio de Janeiro. Trata-se de um depoimento e que, por isso, não pode deixar de ser prestado na primeira pessoa. Mas ao qual procurei imprimir a objectividade possível do testemunho de quem apenas tivesse presenciado os factos.
Portugal de ontem. Portugal de hoje.
Portugal de amanhã. Portugal de sempre.
Lutam as facções mas a Pátria portuguesa permanece. Eterna.
Outros já falaram. Muitos falarão.
Marcello Caetano, figura central da política portuguesa desde a juventude, presta aqui o seu Depoimento.
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Marcello José das Neves Alves Caetano (Santo André e Santa Marinha, Lisboa, 17 de agosto de 1906 Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) foi um jurisconsulto, professor catedrático de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, Marcello Caetano foi destituído de todos os seus cargos, tendo sido acordado aquando da sua rendição no Quartel do Carmo em Lisboa a sua condução imediata, pelo Capitão Salgueiro Maia, para o Aeroporto da Portela, exilando-se no Brasil. A seguir ao golpe de Estado, expressou:
Sem o Ultramar estamos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade das nações ricas, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava em vésperas de se transformar numa pequena Suíça, a revolução foi o princípio do fim. Restam-nos o Sol, o Turismo, a pobreza crónica, a emigração em massa e as divisas da emigração, mas só enquanto durarem.
As matérias-primas vamos agora adquiri-las às potências que delas se apossaram, ao preço que os lautos vendedores houverem por bem fixar. Tal é o preço por que os Portugueses terão de pagar as suas ilusões de liberdade.
O exílio retirou-lhe o direito à pensão de reforma no fim da sua carreira universitária. No Brasil prosseguiu a sua actividade académica como director do Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Recebeu, também, o título de Professor honoris causa da Faculdade de Direito de Osasco (FIEO), no estado de São Paulo.
Marcello Caetano morreu aos 74 anos, a 26 de Outubro de 1980, vítima de ataque cardíaco. A sua morte aconteceu pouco tempo antes de ser publicado o volume I (e único) da sua História do Direito Português, que abrange os tempos desde antes da fundação da nacionalidade até ao final do reinado de D. João II (1495), incluindo um apêndice sobre o feudalismo no extremo ocidente europeu. Morreu sem nunca ter sido autorizado a regressar a Portugal do exílio no Brasil, onde morava no bairro carioca de Copacabana.
O seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.
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