"A Praça de Liège" de António Rebordão Navarro - 1ª Edição de 1988

"A Praça de Liège" de António Rebordão Navarro - 1ª Edição de 1988

"A Praça de Liège"
de António Rebordão Navarro

1ª Edição de 1988
Círculo de Leitores
222 Páginas
Capa dura com Sobrecapa

O romance gira à volta das casas, das gerações, das famílias, residentes na Praça de Liége e suas imediações, nos anos de 1939/1940: os Aljezur, os Carvalhais, os Câmara Dias, os Bresson de Andrade. De entre todos os personagens destacam-se duas figuras femininas: Frederica Bresson de Andrade e Eduarda Câmara Dias.

Frederica atravessa as páginas do romance como uma diva de cinema, que por aqueles anos surgia, assumindo um feminismo mal pressentido, e uma vida social cosmopolita, quase escandalosa, para os critérios do tempo. Como em outros personagens desta época, de outros romances e filmes, a sua irreverência esconde a sua verdadeira fragilidade. Irrompe, provocante, numa viagem de elétrico mas termina num quarto obscuro, derrotada por sucessivos insucessos nos relacionamentos amorosos. Não surpreende que outras mulheres desdenhem da sua beleza e atitude, julgando o ser caráter pelo modo como veste e se comporta para, no final percebermos quanta generosidade sempre guardou no seu coração.

Por sua vez, Eduarda apresenta-se-nos relativamente discreta, cortesã, fada-do-lar, com seus dotes de bem receber. O romancista consegue manter-nos suspensos do seu secretismo, quase irrelevância, por contraste com Frederica, até nos levar a um desfecho surpreendente.

Para quem conhece estes bairros do Porto, é saboroso percorrer estas ruas ora íngremes, ora paralelas às margens da Foz do Douro, fazendo da "Praça de Liége" muito mais que uma simples praça, mas todo um "passeio alegre", uma "luz" de sol posto à beira-mar, à beira-rio, na agitação natural da sua paisagem de vento, vagas e jardins, caminhantes, viaturas e carros elétricos.

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António Augusto Rebordão e Cunha Navarro nasceu no Porto em 1 de Agosto de 1933. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi funcionário de uma Caixa de Previdência, Delegado do Ministério Público, diretor da Biblioteca Pública Municipal do Porto e diretor editorial, tendo exercido a advocacia. Secretariou e dirigiu a revista literária Bandarra, fundada por seu pai, o escritor Augusto Navarro. Foi codiretor de Notícias do Bloqueio e diretor-adjunto da revista literária Sol XXI. Colaborou em diversas publicações e encontra-se representado em várias antologias. Fez parte da direção e foi Presidente da Assembleia Geral da Associação de Jornalistas e Homens das Letras do Porto e foi Vogal do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Autores

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Etiquetas: Literatura

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