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A obra que apresentamos aos leitores baseia-se numa viagem de Malcolm Lowry e da sua mulher Margerie a Oaxaca, no México, onde esperavam reencontrar um amigo que vieram depois a sabê-lo morrera havia alguns anos. No decurso desta peregrinação em busca do inexistente tomaram notas (diálogos, descrições, cópias de sinais ao longo dos caminhos, toda a espécie de observações casuais). Depois de uma série de peripécias cómicas e trágicas em Acapulco e na cidade do México, que culminou com a expulsão do casal do pais, regressaram ao Canadá. Malcolm Lowry descobriu então que nas notas coligidas tinha material para um novo romance. E nasceu este livro de páginas belíssimas e estranhas, onde cintilam os traços de genialidade que fizeram do malogrado autor uma das mais significativas figuras da literatura contemporânea.
O fundamento desta obra continua a ser a dipsomania e a probabilidade do que o irreal pode ser quando se aprofunda a noção do real. A principal personagem, e nórdico Sigbjorn, prossegue, em Escuro como o Túmulo onde Jaz o Meu Amigo, a grande aventura simbólica do cônsul G. Firmin de Debaixo do Vulcão. São de Douglas Day, o biógrato do escritor, estas. palavras «Sigbjorn não é apenas Malcolm Lowry levando a mulher para férias no México: é um Dante ou um Virgílio descendo aos abismos do Inferno. É-o ainda mais do que eles, pois ali mergulha uma segunda vez. E trata-se não de um inferno qualquer, mas do seu próprio inferno.

Detalhes do livro Escuro Como o Túmulo Onde Jaz o Meu Amigo, Malcolm Lowry:
Editora: Europa-América, 1975; Colecção: Século XX; Tradução: Cármen Gonzalez; med.: 13,1 x 18,6 cm; 301 pg.
Estado: Bom