Manhã Submersa de Vergílio Ferreira

Manhã Submersa de Vergílio Ferreira

Manhã Submersa
de Vergílio Ferreira


Excerto

"Lentamente, o casarão foi rodando com a curva da estrada, espiando-nos do alto da sua qietude lôbrega pelos cem olhos das janelas. Até que, chegados à larga boca do portão, nos tragou a todos imediatamente, cerrando as mandíbulas logo atrás. Enrolado na multidão silenciosa, fui subindo a larga escadaria em cujo topo um padre quieto, de mãos escondidas nas mangas do viatório, ia separando as divisões para as respectivas camaratas. Mudos e quedos, ao pé dos muros, apareceram-me ainda, ao longo do corredor vários padres de sentinela. E na pura ameaça do seu olhar de sombra eu sentia, mais escura, a grandeza ilimitada de um pavor abstracto. Fiquei na 3 Divisão, entre os mais miúdos, com um ligar na camarata logo ao fundo do corredor."
Etiquetas: Literatura

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Jose Sousa

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