Terra Fria. Ferreira de Castro.Edição comemorativa
Terra Fria. Ferreira de Castro.Edição comemorativa
Preço: 150 €
Terra Fria. Ferreira de Castro.Edição comemorativa
N 9243 Terra Fria. Ferreira de Castro. Romance. Ilustrações de Bernardo Marques. Encadernado em inteira de pele com letras a ouro. 27x21cm. Guimarães Editores. 258 Páginas. Vinhetas de Infante do Carmo. Edição comemorativa dos 50 anos da vida literária de Ferreira de Castro. 1916-1966. Com um posfácio Especial para estra edição. Papel de Grande qualidade. Edição Monumental. Conserva as capas de brochura.
A nostalgia deve ter nascido numa ilha e só numa pequena ilha se compreende, integralmente, o subtil significado da distância. Essa sufocação que dá a terra sem continuidade, como se o aro líquido que a estrangula se viesse fechar também em volta da nossa garganta, desperta constantes rebeldias e constantes impotências, acorda mil sentimentos ignorados, remexe, tortura, cava fundo na alma até o momento de esta se submeter por falta de mais energias.
Atrai-nos, porém, o confronto entre aqueles a quem as ilhas tornam inquietos até a neurastenia, aos grandes desesperos íntimos, e os que vivem apáticos, há muitos séculos, nos fundões dos continentes, que herdam a resignação, como se fora uma tara, e parecem não atentar, sequer, no limite do seu mundo terreno. [...]
É especialmente, nas gentes que vivem entre cadeias de montanhas que vamos encontrar, de novo, o homem metido em si próprio, o homem que reduziu a vida à árdua conquista do pão quotidiano e o enigma do infinito a uma simples crença, que colocou ao canto da alma como um bordão, para dele se servir nos momentos de vicissitude ou quando a morte lhe bate à porta. Tradicionalista, página viva da antropologia, a sua atitude ante o mundo de hoje dir-se-á igual à dos seus maiores perante o mundo de ontem e de todos os dias que já se perderam no cinerário do tempo. Mas não é assim. Agora e logo, neste raciocínio, naquela fala, no desenrolar das ambições e dos intentos, descobre-se a força da evolução que o vai penetrando, hoje um pouco, amanhã mais, num trabalho lento de pua furando granito.
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A nostalgia deve ter nascido numa ilha e só numa pequena ilha se compreende, integralmente, o subtil significado da distância. Essa sufocação que dá a terra sem continuidade, como se o aro líquido que a estrangula se viesse fechar também em volta da nossa garganta, desperta constantes rebeldias e constantes impotências, acorda mil sentimentos ignorados, remexe, tortura, cava fundo na alma até o momento de esta se submeter por falta de mais energias.
Atrai-nos, porém, o confronto entre aqueles a quem as ilhas tornam inquietos até a neurastenia, aos grandes desesperos íntimos, e os que vivem apáticos, há muitos séculos, nos fundões dos continentes, que herdam a resignação, como se fora uma tara, e parecem não atentar, sequer, no limite do seu mundo terreno. [...]
É especialmente, nas gentes que vivem entre cadeias de montanhas que vamos encontrar, de novo, o homem metido em si próprio, o homem que reduziu a vida à árdua conquista do pão quotidiano e o enigma do infinito a uma simples crença, que colocou ao canto da alma como um bordão, para dele se servir nos momentos de vicissitude ou quando a morte lhe bate à porta. Tradicionalista, página viva da antropologia, a sua atitude ante o mundo de hoje dir-se-á igual à dos seus maiores perante o mundo de ontem e de todos os dias que já se perderam no cinerário do tempo. Mas não é assim. Agora e logo, neste raciocínio, naquela fala, no desenrolar das ambições e dos intentos, descobre-se a força da evolução que o vai penetrando, hoje um pouco, amanhã mais, num trabalho lento de pua furando granito.
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