O Personagem na obra de José Marmelo e Silva

O Personagem na obra de José Marmelo e Silva

Autor: Arnaldo saraiva (organização de)
Obra: O personagem na obra de José Marmelo e Silva
Editor: Campo das Letras
Ano: 2008
Primeira edição
Formato: capa mole
Págs: 119

Observações: Textos de Celina Silva, Cristina Costa Vieira, João Camilo, Maria de Fátima Marinho, Paula Morão e Tânia Moreira. Seis ensaios que caracterizaram bem a galeria de personagens das narrativas breves de Marmelo e Silva.
José Marmelo e Silva [Paúl/Covilhã, 1911 - Espinho, 1991]
Licenciado em Filologia Clássica. Dele se sabe que estudou no Seminário do Fundão e que frequentou a Universidade de Coimbra, concluindo, porém, a licenciatura em Lisboa, com a apresentação de uma tese sobre Virgílio.
Colaborou, desde muito jovem, em jornais como o Raio, da Covilhã, tendo mais tarde assinado artigos em O Diabo, sob o pseudónimo de Eduardo Moreno, e ainda na revista Presença. É também autor de estudos pedagógicos publicados em revistas especializadas e comendador da Ordem de Mérito.
Autor de uma obra não muito extensa, coube-lhe intervir activamente no desarmamento de preconceitos em momentos históricos desfavoráveis, não contando, outrossim, com o companheirismo dos escritores seus contemporâneos, de cuja insolidariedade amargamente se viria a queixar pelos anos fora. Sentindo-se próximo desses seus pares de geração, ao apreender nos temas fulcrais da sua novelística muitos pontos de contacto com a literatura «utilitária daqueles que então se inspiravam ironicamente o diz no prefácio à 3. edição de Adolescente Agrilhoado no «saboroso léxico da «espantosa linguagem do Brasil e nos americanos, viu-se acusado de ser portador de «preocupações psicológicas acima da conta, quando imperativamente o movimento em prol da satisfação das necessidades primárias ganhava espaço nas mentalidades, impondo o materialismo dialéctico como referencial estético-literário dominante.
Jamais transigiu em fazer obra de encomenda, por entender que assim acabaria por se compatibilizar com o fanatismo, por ele considerado, em arte, o oposto do verdadeiro realismo. Em todo o caso, os seus méritos viriam a ser amplamente reconhecidos por um vasto sector da crítica.
O impacto, junto da opinião pública, de Sedução uma novela que aborda o lesbianismo na perspectiva de um jovem cuja irmã lhe vai «roubando as mulheres por quem ele se interessa é comparável ao choque provocado por Adolescente Agrilhoado (denúncia vigorosa da crueldade disciplinar nos seminários), ambos os livros se comportando como testemunhos exemplares da repressão sexual exercida pelas estruturas de poder familiar, eclesiástico sobre os adolescentes, dos anos trinta/quarenta.
Um estilo brilhante acabaria por justificar o apreço geral pela sua obra, não obstante as condições adversas que a afectaram. Como muitos outros, renegou o primeiro livro: O Homem Que Abjurou a Sociedade (1932). in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997

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