Maria Lamas // A Estrela do Norte 1972 Ilustrado

Maria Lamas // A Estrela do Norte 1972 Ilustrado

Autor: Maria Lamas
Obra: A Estrela do Norte
Editor: Meridiano
Ano: 1972
Formato: capa mole
Págs: 122-III
Capa e ilustrações de J. Cambraia

Observações: Maria Lamas [Torres Novas, 1893 - Lisboa, 1983]
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas (1893-1983) nasceu em Torres Novas. Dotada de grande coragem e energia, desde cedo, lutou contra a ditadura de Salazar. A perseguição que o regime lhe moveu levou-a a optar pelo exílio em Paris, nos anos 60, tornando-se a sua casa um lugar de acolhimento de exilados políticos de diferentes quadrantes. Foi membro proeminente do Conselho Português para a Paz e a Cooperação, o que motivou a sua participação em congressos e reuniões internacionais em diversos países do mundo.
Tendo dirigido a revista Modas & Bordados, a que imprimiu uma linha editorial séria e de valorização da Mulher, utilizou o jornalismo para defesa dos direitos da mulher e da criança. Criou, em 1925, O Pintainho, revista quinzenal para a infância, dirigiu, em 1927, «O Correio dos Pequeninos» (de Correio da Manhã) e colaborou noutros suplementos infantis como «A Semana Infantil» (de A Voz), «Pim-Pam-Pum» (de O Século) e «O Correio da Joaninha» (de Modas e Bordados), bem como nas revistas Papagaio e Tic-Tac.
Sob o pseudónimo de Rosa Silvestre, publicou poesia e narrativa de ficção e, com o seu nome próprio, promoveu exposições e editou em livro trabalhos da maior relevância centrados na condição feminina e na mulher trabalhadora. Pela sua acção cívica e cultural, tornou-se uma das referências dos movimentos de luta pelos direitos das mulheres.

Para crianças, além de muita colaboração dispersa na imprensa, publicou o volume de contos Maria Cotovia e as novelas infanto-juvenis Aventuras de cinco irmãozinhos, A montanha maravilhosa, A estrela do Norte, Os brincos de cerejas e O vale dos encantos, as quais a impuseram como uma das precursoras da ficção juvenil em Portugal. A família, a instrução e o trabalho são temas recorrentes destas histórias de protagonistas infantis ou juvenis, em que se valoriza a relação humana com base na honestidade e na fraternidade, na instrução e na justiça social, adoptando-se um tom coloquial numa escrita simples, mas não desprovida de valor estilístico.
Além de responsável, durante algum tempo, pela linha editorial infantil da editora Civilização, traduziu ou adaptou diversos clássicos da literatura para crianças (entre os quais obras da Condessa de Ségur, Charles Dickens e L. Frank Baum) e para o público adulto (como Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar).- Maria Luisa Sarmento de Matos.

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