Maria da Graça Freire // Um Dia de Catarina 1985 Dedicatória

Maria da Graça Freire // Um Dia de Catarina 1985 Dedicatória

Autor: Maria da Graça Freire
Obra: Um Dia de Catarina. Contos
Editor: Autor
Ano: 1985
Primeira edição.
Formato: capa mole
Págs: 164

Observações: Maria da Graça Freire [Porto de Muge/Benavente, 1916 - Lisboa, 1993]
Com uma obra repartida pelo romance, o conto, o ensaio e a poesia, Maria da Graça Freire faz parte de uma geração de escritoras revelada após a Segunda Guerra Mundial e em que António José Saraiva e Óscar Lopes integram nomes como Patrícia Joyce, Celeste de Andrade, Ilse Losa, Agustina Bessa-Luís ou Fernanda Botelho.
Tendo partido para Angola após estudos feitos em Lisboa, em 1937, e tendo aí vivido durante vários anos, a presença de África na sua produção literária é marcante, nomeadamente nos romances A Primeira Viagem (Prémio Ricardo Malheiros, 4ª. ed., 1952) e A Terra Foi-lhe Negada (Prémio Eça de Queirós, 2ª. ed., 1958). Em ambos os livros é patente o tratamento realista na distância que separa raças e culturas. Em A Primeira Viagem o encanto da terra africana não consegue sobrepor-se à luta dos pequenos funcionários das colónias pela sobrevivência, à discriminação que se instala, para além da raça, nas próprias relações de classe entre colonos. Esta capacidade de observação crítica, ainda que sempre do ponto de vista do colonizador, estende-se a A Terra Foi-lhe Negada, onde um negro «branco», crescido e educado na metrópole, se descobre subitamente repelido por ambas as pátrias, por ambas as culturas, na sequência de um casamento misto.
A principal vertente na obra da autora, que marca toda a sua produção, prende-se no entanto com uma análise da situação e do papel da mulher na sociedade burguesa da época. A obra de Maria da Graça Freire reflecte uma condição existencial feminina que se pode resumir numa irredutível solidão, produto de códigos comportamentais de um mundo masculino e cuja única saída relativa, a única esperança, reside numa maternidade ardentemente desejada. Assim, as heroínas das suas histórias, desde Quando as Vozes se Calam (o seu primeiro romance, datado de 1945), são em geral mulheres mal amadas de corpo e alma, repudiadas, trocadas por «outra» ou por «outras». Presas de uma moral católica e de um amor não correspondido que lhes impõem uma inevitável aceitação de todas as dores e dificuldades, têm na maternidade a única forma de resistência passiva, o consolo cuja negação (como na Mónica de A Primeira Viagem) se transforma, mais do que num martírio, na condenação a uma solidão sem apelo.
Tem colaboração nas revistas Bandarra e Panorama. Usou o pseudónimo Maria da Graça Azambuja até à quarta edição de A Primeira Viagem. - in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997

Bom estado. Dedicatória da autora a Heloísa Cid
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literatura portuguesa , contos
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Etiquetas: Literatura

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