Bairro Alto, de Avelino de Sousa.

Bairro Alto, de Avelino de Sousa.

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Livro:
-Bairro Alto, de Avelino de Sousa.
Edição Livraria Popular Francisco Franco.
1 Edição, 1944.
Tem 294 páginas.
Sinopse
Romance de costumes populares alfacinhas, passado no Bairro Alto.
*EXEMPLAR EM bom estado.

Avelino Ferreira de Sousa foi poeta e autor teatral, grande defensor do Fado, o que o levou a publicar, em 1912, o livro O Fado e os Seus Censores. Constituído por onze artigos seus coligidos do jornal A Voz do Operário, era uma resposta às polémicas acusações que o escritor Albino Forjaz de Sampaio e o Dr. Samuel Maia vinham fazendo ao género. Se a vasta obra fadística de Avelino de Sousa foi valiosa, não é menos importante o que dedicou ao Teatro.

Publicou dez livros em que aborda os temas do Fado e do Teatro. Escreveu, ainda, quatro romances e mais de meia centena de peças, entre as quais se destacam as operetas Bairro Alto, levada à cena no Teatro São Luiz, no dia 21 de Abril de 1927, e História do Fado, esta em colaboração com Álvaro Santos, estreada no Teatro Maria Vitória, no dia 12 de Maio de 1931, na qual intervieram os fadistas Alberto Costa, Maria Alice e Filipe Pinto, entre outros.
Talvez o mais antigo autor a quem se deve um verdadeiro êxito discográfico e radiofónico seja Avelino de Sousa. A sua Perseguição, na voz de Maria Alice, conquistou o país inteiro e o Brasil, onde Amália, nas suas primeiras gravações, foi praticamente obrigada a incluir a peça. Mas a diva não engraçava com o tema, especialmente a última sextilha. Consta, com alguma verosimilhança ainda não comprovada, que terá sido Pedro Teotónio Pereira, ao tempo Embaixador do Brasil, quem convenceu Amália a gravar, propondo uma sextilha que compôs para substituir a execrada pela artista. Assim ficou gravada a peça.

O estilo de Avelino, conquanto ágil, enferma do recurso a palavras eruditas com que se pretendia dignificar o Fado e demonstrar conhecimentos de Português, em atropelo da simplicidade que deve presidir.

Foi colaborador de diversas publicações periódicas, muito especialmente da Guitarra de Portugal. Avelino de Sousa, que começara por ter a profissão de compositor tipográfico o jornal A Voz do Operário, era, à data da sua morte, primeiro conservador da Torre do Tombo.

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Carlos Lopes

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