AUÁ (novela negra), de Fausto Duarte.

AUÁ (novela negra), de Fausto Duarte.

LIVRO:
-AUÁ (novela negra), de Fausto Duarte.
Prefácio de Aquilino Ribeiro.
Editora Marítimo-Colonial, Lda.
3 edição, 1945.
Tem 236 páginas.

SOBRE O AUTOR E OBRA:
Fausto Duarte (1903 a 1953).
Auá, com esta obra, Fausto Duarte recebeu o primeiro prémio de literatura colonial para 1934.
O próprio autor, na introdução, declara "Auá documentário etnográfico é também um novo capítulo da psicologia indígena." Para além de incluir diversas expressões em língua Fula, inclui ainda largas passagens em Alemão, factos que contribuem para um certo hermetismo do discurso narrativo. A isto soma-se também um constante recurso a palavras eruditas, em Português, que afectam a fluência discursiva e originam certa perplexidade na leitura, como se constata no seguinte excerto:
"Em Sare-Sincham a algazarra era infernal. Centenas de indígenas espalhados pela tabanca envolta na clâmide branca do luar que descia incorpórea do plenilúnio, escutavam a toada rítmica dos balafons e as melodias árabes que os judeus, tocadores de nhanhero, cantavam com esgares de escárnio. Pouco a pouco formava-se o círculo onde o côro das raparigas fulas, vestidas garridamente para a festa, palmeava acompanhando a cadência ruïdosa dos tambores."
A narrativa desenvolve-se à volta de Malam, um Fula que vive em Bissau e se desloca à sua tabanca, Sare-Sincham, para desposar Auá. O percurso entre estas duas localidades, atravessando Mansoa, Bafatá, Geba e Contubo-el serve de pretexto para pequenas descrições da paisagem e das populações guineenses, culminando com a estadia na zona de fronteira que é Sare-Sincham e a referência a alguns usos e costumes das tabancas das redondezas Cadembele, Malibula, Patinbal-a e Sare-Bailela.

*EXEMPLAR EM bom estado, a lombada apresenta dano superficial na parte inferior (ver foto).

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