"Terras da Beira na Literatura Portuguesa"
"Terras da Beira na Literatura Portuguesa"
Preço: 35 €
"Terras da Beira na Literatura Portuguesa"
"Terras da Beira na Literatura Portuguesa"
Selecção de textos de António Manuel Couto Viana
Fotografias de Maurício Abreu
1 Edição de 1991
Edições Inapa
184 Páginas
Dimensões: 250 x 330 mm
Encadernação Editorial em linho verde com sobre capa
Profusamente Ilustrado
Em vez de fatigar os olhos na leitura, descanso-os na paisagem. Ao atravessar a Beira Interior, ao contemplar a Estrela, admiro as formas informes (se assim posso dizer) esculpidas pelo Tempo, precursor de Archipenko. Lá de vez em quando é que surge alguma coisa que lembra o focinho de um animal ou o perfil de um homem. Paisagem de princípio ou de fim do mundo, ela fará mais a felicidade de um paleontólogo do que a felicidade de um poeta.
Depois de algumas horas na minha «pátria pequena, dou comigo a pensar se fui eu ou se foi a Guarda que mudou. Creio que mudámos ambos mudou a cidade na sua fisionomia (e ainda nos podemos dar por satisfeitos se uma Câmara zelosa não mandou caiar a Sé, feia de tão escura...) e na sua paisagem humana (que sinto estrangeira: a gente que a minha infância conheceu, será mister procurá-la no cemitério ou longe daqui), e mudei eu, que vejo tudo com outros olhos, naturalmente mais cansados.
A catedral é à imagem e semelhança da cidade e da serra: severa e pesada. Mas há uma tal dignidade nesta pedra que lhe perdoamos a ausência de graça. Como pretender ágil o granito? Lá do alto, respirando o ar fino da serra, dou-me a esta paisagem viril. Nas terras e nos homens o que se aprecia é o carácter. E carácter é o que não falta aqui. Olhando até onde a vista alcança, eu compreendo que a minha vida tinha de ser fatalmente disputada por duas forças contraditórias. Descubro nestas montanhas a imagem da minha vida, toda feita de ascensões e de quedas. Os largos horizontes oferecidos a meus na infância, a vizinhança da Espanha, tudo me marcou com um signo indelével. Por isso eu havia de abrir-me à Europa, chamado pela distância, batido pelos grandes ventos do espírito..
JOÃO BIGOTTE CHORÃO - O Reino Dividido Inédito in Terras da Beira na Literatura Portuguesa
---
António Manuel Couto Viana, nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e actor. Publicou meia centena de livros de poesia e mais de 80 títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou mais de duzentos espectáculos de teatro infanto-juvenil, para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela actividade artística, numerosos e valiosos prémios. Dirigiu, com David Mourão- Ferreira e Luís de Macedo, as folhas de poesia Távola Redonda e foi director da revista de cultura Graal. Participou em alguns filmes portugueses e estrangeiros, em dezenas de peças para a televisão, como vários programas culturais na TV e Rádio. A sua poesia está traduzida em espanhol, inglês, francês, alemão, russo e chinês.
ESGOTADO NAS LIVRARIAS
NOVO - PORTES GRÁTIS
Selecção de textos de António Manuel Couto Viana
Fotografias de Maurício Abreu
1 Edição de 1991
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184 Páginas
Dimensões: 250 x 330 mm
Encadernação Editorial em linho verde com sobre capa
Profusamente Ilustrado
Em vez de fatigar os olhos na leitura, descanso-os na paisagem. Ao atravessar a Beira Interior, ao contemplar a Estrela, admiro as formas informes (se assim posso dizer) esculpidas pelo Tempo, precursor de Archipenko. Lá de vez em quando é que surge alguma coisa que lembra o focinho de um animal ou o perfil de um homem. Paisagem de princípio ou de fim do mundo, ela fará mais a felicidade de um paleontólogo do que a felicidade de um poeta.
Depois de algumas horas na minha «pátria pequena, dou comigo a pensar se fui eu ou se foi a Guarda que mudou. Creio que mudámos ambos mudou a cidade na sua fisionomia (e ainda nos podemos dar por satisfeitos se uma Câmara zelosa não mandou caiar a Sé, feia de tão escura...) e na sua paisagem humana (que sinto estrangeira: a gente que a minha infância conheceu, será mister procurá-la no cemitério ou longe daqui), e mudei eu, que vejo tudo com outros olhos, naturalmente mais cansados.
A catedral é à imagem e semelhança da cidade e da serra: severa e pesada. Mas há uma tal dignidade nesta pedra que lhe perdoamos a ausência de graça. Como pretender ágil o granito? Lá do alto, respirando o ar fino da serra, dou-me a esta paisagem viril. Nas terras e nos homens o que se aprecia é o carácter. E carácter é o que não falta aqui. Olhando até onde a vista alcança, eu compreendo que a minha vida tinha de ser fatalmente disputada por duas forças contraditórias. Descubro nestas montanhas a imagem da minha vida, toda feita de ascensões e de quedas. Os largos horizontes oferecidos a meus na infância, a vizinhança da Espanha, tudo me marcou com um signo indelével. Por isso eu havia de abrir-me à Europa, chamado pela distância, batido pelos grandes ventos do espírito..
JOÃO BIGOTTE CHORÃO - O Reino Dividido Inédito in Terras da Beira na Literatura Portuguesa
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António Manuel Couto Viana, nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e actor. Publicou meia centena de livros de poesia e mais de 80 títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou mais de duzentos espectáculos de teatro infanto-juvenil, para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela actividade artística, numerosos e valiosos prémios. Dirigiu, com David Mourão- Ferreira e Luís de Macedo, as folhas de poesia Távola Redonda e foi director da revista de cultura Graal. Participou em alguns filmes portugueses e estrangeiros, em dezenas de peças para a televisão, como vários programas culturais na TV e Rádio. A sua poesia está traduzida em espanhol, inglês, francês, alemão, russo e chinês.
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- TipoVenda
- ConcelhoCascais
- FreguesiaCarcavelos e Parede
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Etiquetas: Literatura
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Raul Ribeiro
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