"Teatros de Cascais" de Manuel Eugénio F. Silva e José Ricardo C. Fialho - 1ª Edição de 2017

"Teatros de Cascais" de Manuel Eugénio F. Silva e José Ricardo C. Fialho - 1ª Edição de 2017

"Teatros de Cascais"
de Manuel Eugénio F. Silva e José Ricardo C. Fialho

1ª Edição de 2017
Junta de Freguesia de Cascais e Estoril
560 Páginas
Profusamente Ilustrado

São, ao todo, 560 páginas, em que, passo a passo, se dá conta do que fizeram as várias companhias de teatro da freguesia: onde, como, quando e com quem. Valem as ilustrações quer de cenas quer, de modo especial, dos cartazes ou folhetos de propaganda, que representam elementos históricos do maior valor. Na verdade e isso justifica também a enchente desse final de tarde do Dia Mundial do Teatro, 2ª feira, 27 estamos perante um livro com pessoas dentro. Pessoas em múltiplas fotografias e pessoas mencionadas no elenco de cada peça, que houve o cuidado de referir.
Não se pense, porém, que apenas se alude ao que aconteceu no Gil Vicente, por onde, aliás, passaram nomes maiores da cena portuguesa: Eunice Muñoz, Lourdes Norberto, Maria do Céu Guerra Não! Até as revistas encenadas nos centros de dia ou as peças levadas à cena nas colectividades locais. Estou a recordar a Sociedade Musical de Cascais, o União Recreativa da Charneca, o efémero grupo da Chesol, o que chegou a fazer-se na Sociedade Familiar e Recreativa da Torre Claro, há destaque para o Grupo Cénico, pela sua actividade, e merece relevo a presença constante do Teatro Experimental de Cascais, que tem levado o nome da vila além-fronteiras, sob a proficiente batuta de Carlos Avilez, João Vasco e seus mais directos colaboradores. Mas se o espaço Confluência (hoje Teatro Helena Torrado) teve, por enquanto, vida efémera, quer pelo precoce falecimento de Helena quer porque Ricardo Carriço anda envolvido nas telenovelas, menção à parte merece o novel Palco Treze, onde mormente no palco do Auditório Fernando Lopes Graça, no Parque Palmela labutam antigos alunos da Escola Profissional de Teatro de Cascais.
Isto para dizer que o volume ora dado à estampa, graças à clarividência do Executivo da Junta (o senhor presidente da Câmara reconheceu que o Executivo Municipal, nos últimos tempos, descurara um pouco a política das publicações), esse volume mostra à saciedade que Cascais sempre foi uma vila onde o Teatro reinou em toda a sua exuberância. O velhinho Gil Vicente, nos tempos da Monarquia, quando os reis por aqui veraneavam, tinha constantes atracções teatrais com os melhores artistas da capital

Folhear com atenção as 560 páginas de «Teatros de Cascais» é, pois, um regalo para a alma, um hino à tenacidade de quantos, roubando tempo à família (por exemplo), não hesitaram e não hesitam em mostrar que, afinal, o que o teatro nos traz é uma permanente reflexão sobre o nosso sentido da vida!

Um forte aplauso, pois, à exemplar tenacidade dos autores, extensivo, claro, a todos aqueles que «vivem» nas páginas do livro agora apresentado.
Texto de José d Encarnação

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Raul Ribeiro

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