"SÓ" de António Nobre - 10ª Edição de 1955
"SÓ" de António Nobre - 10ª Edição de 1955
Preço: 10 €
"SÓ" de António Nobre - 10ª Edição de 1955
"SÓ"
de António Nobre
Com Rubrica do representante dos herdeiros do Autor
10ª Edição de 1955
Livraria Tavares Martins - Porto
222 Páginas
Leitura recomendada para o 11.º ano de escolaridade.
Publicado em Paris, em abril de 1892, na casa Léon Vanier, Só surpreenderá os leitores e críticos nacionais com o carácter inesperado dos temas e com a novidade das opções formais e estilísticas. Integrado na geração de poetas da década de 90, Nobre revela o desejo de renovação da linguagem poética próprio de uma estética finissecular, integrando temas e registos de língua cujo acesso à expressão poética estivera outrora vedado. Em termos temáticos, destaca-se o pessimismo profundo da sua visão do mundo; em termos formais, a presença da linguagem popular e a utilização expressiva das marcas da coloquialidade.
POVEIRO
Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!
Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!
Ó meu Pae, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irmão do «Senhor de Mattozinhos»!
No alto mar, ás trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco fôri intieiro,
Nossa bela á Sinhora dos Afflictos!
--
António Pereira Nobre nasceu a 16 de agosto de 1867, na Rua de Santa Catarina, no Porto. Filho de burgueses abastados, estudou em vários colégios da cidade invicta e passava os verões nas casas que a família tinha no campo, na Lixa ou no Seixo (o seu «paraíso perdido», como lhe chamou o maior biógrafo do poeta, Guilherme de Castilho), ou na praia, em Leça, frequentada pela colónia inglesa, onde viria a descobrir o fascínio do mar, o «Prof. Oceano», seu grande mestre da praia da Boa Nova, professor em «aula aberta», e onde conheceria Miss Charlote, jovem perceptora inglesa com quem viria a corresponder-se durante dois anos, e que lhe encurtaria o nome para Anto, que ele tornaria personagem de ficção nos "Males de Anto", poema que encerra o "Só". Começou a escrever muito cedo, os seus primeiros poemas datam dos 15 anos de idade. Ruma alguns anos mais tarde a Coimbra, onde cursará Direito. Nesta altura já publicara numerosos poemas em jornais e revistas. Faz parte do grupo da revista "Boémia Nova", dirigida por Alberto Oliveira. Acaba por ser reprovado no primeiro ano. Durante as férias vai cimentar-se a sua amizade com Alberto Oliveira, tendo ambos partilhado uma casa em Leça. Nobre convive também com os pescadores, que carinhosamente o tratam por «o Criatura Nova». Regressa a Coimbra e depois da segunda reprovação decide ir fazer a licenciatura para Paris. Aí contactará com os poetas simbolistas, conhece Verlaine (que, ao que consta, muito admirava os versos do poeta português) e muitas outras «celebridades e celebróides», que refere num caderno de apontamentos, entre as quais se encontram os escritores Émile Zola, Alexandre Dumas e Mallarmé, ou a atriz Sarah Bernhardt.
ESGOTADO NESTA EDIÇÃO
BOM ESTADO - PORTES GRÁTIS
de António Nobre
Com Rubrica do representante dos herdeiros do Autor
10ª Edição de 1955
Livraria Tavares Martins - Porto
222 Páginas
Leitura recomendada para o 11.º ano de escolaridade.
Publicado em Paris, em abril de 1892, na casa Léon Vanier, Só surpreenderá os leitores e críticos nacionais com o carácter inesperado dos temas e com a novidade das opções formais e estilísticas. Integrado na geração de poetas da década de 90, Nobre revela o desejo de renovação da linguagem poética próprio de uma estética finissecular, integrando temas e registos de língua cujo acesso à expressão poética estivera outrora vedado. Em termos temáticos, destaca-se o pessimismo profundo da sua visão do mundo; em termos formais, a presença da linguagem popular e a utilização expressiva das marcas da coloquialidade.
POVEIRO
Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na Agoa quizera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de trez cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!
Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De ha tantos tempos, devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andaes no mar!
Ó meu Pae, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mail-Irmão do «Senhor de Mattozinhos»!
No alto mar, ás trovoadas, entre gritos,
Promettermos, si o barco fôri intieiro,
Nossa bela á Sinhora dos Afflictos!
--
António Pereira Nobre nasceu a 16 de agosto de 1867, na Rua de Santa Catarina, no Porto. Filho de burgueses abastados, estudou em vários colégios da cidade invicta e passava os verões nas casas que a família tinha no campo, na Lixa ou no Seixo (o seu «paraíso perdido», como lhe chamou o maior biógrafo do poeta, Guilherme de Castilho), ou na praia, em Leça, frequentada pela colónia inglesa, onde viria a descobrir o fascínio do mar, o «Prof. Oceano», seu grande mestre da praia da Boa Nova, professor em «aula aberta», e onde conheceria Miss Charlote, jovem perceptora inglesa com quem viria a corresponder-se durante dois anos, e que lhe encurtaria o nome para Anto, que ele tornaria personagem de ficção nos "Males de Anto", poema que encerra o "Só". Começou a escrever muito cedo, os seus primeiros poemas datam dos 15 anos de idade. Ruma alguns anos mais tarde a Coimbra, onde cursará Direito. Nesta altura já publicara numerosos poemas em jornais e revistas. Faz parte do grupo da revista "Boémia Nova", dirigida por Alberto Oliveira. Acaba por ser reprovado no primeiro ano. Durante as férias vai cimentar-se a sua amizade com Alberto Oliveira, tendo ambos partilhado uma casa em Leça. Nobre convive também com os pescadores, que carinhosamente o tratam por «o Criatura Nova». Regressa a Coimbra e depois da segunda reprovação decide ir fazer a licenciatura para Paris. Aí contactará com os poetas simbolistas, conhece Verlaine (que, ao que consta, muito admirava os versos do poeta português) e muitas outras «celebridades e celebróides», que refere num caderno de apontamentos, entre as quais se encontram os escritores Émile Zola, Alexandre Dumas e Mallarmé, ou a atriz Sarah Bernhardt.
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Etiquetas: Literatura
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