Perguntem às Árvores
de José Eduardo Abreu

A paixão traz consigo a semente da tragédia, alguém disse depois da perda. Mas essa semente pode nunca germinar. E mesmo que isso venha a acontecer, muito pior seria continuar a viver numa sociedade que, pura e simplesmente, aniquila todos os dias o amor ou a capacidade de amar, através da construção e proliferação de caminhos sem retrocesso que, no final, levam quem os percorre a becos feios ou a precipícios sem fundo. A visita de um meio-irmão de Luís traz consigo uma revelação que poderá fazer germinar uma semente capaz de abalar por completo as fundações de uma obra única, suporte de mais de 20 anos de vida perfeita. Num ápice, no tempo que dura um relâmpago, surgirá a pergunta, Qual o desejo final de um ser que já tem tudo, incluindo uma paixão sem tempo nem escala? A resposta, perguntem às árvores...

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