"O Surrealismo em Portugal"
de Maria de Fátima Marinho

1ª Edição de 1987
INCM Imprensa Nacional - Casa da Moeda
Coleção: Temas Portugueses
740 Páginas

Do prefácio:

A ideia de estudar o Surrealismo lusitano foi-se tornando cada vez mais imperiosa à medida que me fui dando conta do lapso existente nas histórias da Literatura Portuguesa. Depois que escrevi um longo estudo sobre Herberto Helder, verifiquei que o Surrealismo em Portugal estava votado a um quase total esquecimento. Exceptuando um outro ensaio esporádico ou os números de duas revistas, uma delas estrangeira (Soma e Quaderni Portoghesi), não havia praticamente nada. Mário Cesariny de Vasconcelos, num louvável esforço de divulgação, publicou textos de autores surrealistas e escreveu uma curta história do movimento. Nada disto era, contudo, suficiente, pois não conduzia a nenhuma visão de conjunto; acresce que Cesariny, apesar de toda a sua boa vontade e saber, pareceria demasiado envolvido na questão surrealista.
Faltava um estudo global, diacrónico e sincrónico, daquela fase da vida nacional.
Foi esse o trabalho a que me propus, há já vários anos, não imaginando quão vasto seria o corpus que me esperava. Partindo do princípio que Cesariny era, sem dúvida, o expoente máximo do nosso Surrealismo, decidi centrar a minha análise no estudo da sua obra, focando apenas nos outros autores os traços que estivessem ligados à poética definida por André Breton. -- Maria de Fátima Marinho

A fim de facilitar o acesso a textos importantes para o estabelecimento do fenómeno surrealista em Portugal, o presente ensaio possui um apêndice de inéditos que abrange Cadáveres Esquisitos, Diálogos Automáticos, o "Dicionário Prático Ilustrado" de António Pedro, cartas, poemas e manifestos de autores surrealistas e surrealizantes. Inéditos de António Pedro, Jorge Vieira, Mário Henrique Leiria, João Vasconcelos, Carlos Vieira, Maria José da Silva, Carlos C. Costa, João Artur Silva, Alexandre O´Neill, Nuno C. Costa, Pedro Oom, Artur Manuel do Cruzeiro Seixas, Alfredo Margarido, Carlos Eurico da Costa e Henrique Risques Pereira.

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Maria de Fátima Marinho nasceu no Porto em 1954.
Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde leciona Literatura Portuguesa Contemporânea desde 1976. Em 1987, doutorou-se com uma tese sobre o Surrealismo em Portugal. É hoje Professora Catedrática e Presidente do Conselho Científico. Da sua atividade como investigadora, salientam-se as seguintes obras: "Herberto Helder, a Obra e o Homem" (Arcádia, 1982); "O Surrealismo em Portugal" (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987); "A Poesia Portuguesa nos Meados do Século XX - Ruturas e continuidade" (Caminho, 1989); "O Romance Histórico em Portugal" (Campo das Letras, 1999); "História da Literatura Portuguesa - As correntes contemporâneas" Vol. 7 (direção em colaboração com Óscar Lopes; Alfa, 2002); "José Marmelo e Silva, Não Aceitei a Ortodoxia - Obra completa" (coordenação e prefácio; Campo das Letras, 2002); "Literatura e História - Atas do colóquio internacional" (organização, 2 Vols.; Faculdade de Letras do Porto, Departamento de Estudos Portugueses e Românicos, 2004). Tem também ensaios publicados em inúmeros jornais e revistas.

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