"O Infante D. Henrique" de Mário Domingues - 1ª Edição de 1957

"O Infante D. Henrique" de Mário Domingues - 1ª Edição de 1957

"O Infante D. Henrique"
O Homem e a sua Época - Evocação Histórica
de Mário Domingues

1ª Edição de 1957
Edição Romano Torres
336 Páginas

A verdade é que a Humanidade marchava em determinado sentido antes do aparecimento desse enigmático filho de D. João I e, depois da sua morte, ficou a mover-se numa direcção absolutamente oposta. A propósito dos acontecimentos mais comezinhos, usa-se e abusa-se do lugar-comum «viragem da História»; mas se este termo tiver alguma vez aplicação flagrante em seu significado, será na acção exercida pelo Infante D. Henrique na História do Mundo.

Foi o Infante D. Henrique o primeiro homem que, vencendo o poder imenso da superstição medieval e desafiando corajosamente os terrores que a lenda atribuía ao «Verde Mar das Trevas», começou a levantar o espesso véu que, desde a noite dos tempos, ocultava o grande oceano misterioso. Pacientemente, como um cientista dos nossos dias, foi arrancando ao desconhecido, elemento após elemento, pormenor sobre pormenor, e aliando-os, com inexcedível prudência, a toda a ciência astronómica até então acumulada, à arte de navegar e ao conhecimento do Mundo, foi colhendo, aos poucos, uma imagem concreta do Globo, fixando-a em mapas rigorosos e registando-a em relatórios precisos, os primeiros documentos pelos quais se tornou possível navegar com segurança e sem hesitação. Cada viagem que, por sua ordem e orientação, se realizava, era um pedaço de esfera terrestre que ficava desvendado para sempre, um caminho que nunca mais se apagaria. E assim foi nascendo rapidamente, mais maravilhoso do que fantástico, o verdadeiro Mundo para a Humanidade.

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Mário José Domingues (ilha do Príncipe, 1899 Lisboa, 1977) foi jornalista, cronista, tradutor e escritor. A sua mãe era negra, natural de Angola, tendo sido levada para a ilha do Príncipe com 15 anos para trabalhar na roça Infante D. Henrique. O pai, António Alexandre José Domingues, era português branco, funcionário dessa roça, e trouxe-o para Lisboa com 18 meses, onde foi criado pelos avós paternos num ambiente de classe média. Realizou o curso de Comércio no antigo Colégio Francês da Rua Álvaro Coutinho. Iniciou a vida profissional nos finais da década de 1910 como ajudante de guarda-livros e correspondente de francês e inglês, e aos 19 anos começou a publicar contos no diário anarquista A Batalha. Em Novembro de 1919, aceitou ser jornalista profissional daquele diário, marcando o início de uma actividade muito intensa na imprensa, até ao estabelecimento da ditadura do Estado Novo, com passagem também por publicações como Repórter X e Detective. Ao longo da sua vida, escreveu novelas, romances, peças de teatro, policiais, ficções de cowboys, aventuras e evocações históricas, com destaque para os títulos Hugo, o Pintor (1923), A Audácia de Um Tímido (1923), Entre Vinhedos e Pomares (1926), Anastácio José (1928), O Preto do Charleston (1930), O Crime de Sintra (1937) e Uma Luz na Escuridão (1938). Para viver das obras que publicava, chegou a assiná-las com nomes ingleses e franceses, ou com nomes de tradutores fictícios. Foi casado duas vezes e teve quatro filhos um dos filhos do primeiro casamento é António Pimentel Domingues, que se distinguiu como pintor, artista gráfico, maquetista e professor.

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Etiquetas: Literatura

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