"O Dia Cinzento e Outros Contos" de Mário Dionísio - 3ª Edição de 1977

"O Dia Cinzento e Outros Contos" de Mário Dionísio - 3ª Edição de 1977

"O Dia Cinzento e Outros Contos"
de Mário Dionísio

Com um desenho de Júlio Pomar

3ª Edição de 1977
Publicações Europa-América
Coleção Obras de Mário Dionísio
298 Páginas

Existem duas versões destes contos: a primeira foi publicada em 1944 e a segunda vinte anos mais tarde. Além disso, encontra-se na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio um exemplar da primeira edição no qual o autor anotou as correcções manuscritas que pretendia introduzir com vista à reedição do texto. Há mesmo dois conjuntos de correcções, umas a preto, outras a vermelho, acrescidas de alguns raros retoques a azul. Pelo que é possível comparar grosso modo quatro versões de cada conto da primeira edição - a segunda intitula-se: O dia cinzento e outros contos, anunciando já no título o adicionamento de alguns contos inéditos. Na sua Evocação em forma de prefácio, Mário Dionísio não esconde os retoques introduzidos, todavia não lhes atribui outro motivo que não a preocupação de perfeccionismo e só se estende sobre o primeiro conto, Nevoeiro na cidade, para explicar que razões evidentes de censura o tinham levado, na primeira edição, a escolher Paris sob a ocupação alemã como cenário para justificar a actividade clandestina que constitui o esqueleto do enredo, e que, tendo essa precaução deixado de se justificar, a narrativa passou a situar-se no seu verdadeiro contexto, lisboeta, e as personagens retomaram os seus nomes portugueses originais. Ora, parece-nos que o autor pretendeu assim camuflar o profundo trabalho de reescrita a que se dispôs em prol dessa reedição.

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Mário Dionísio de Assis Monteiro (Lisboa, 16 de julho de 1916 Lisboa, 17 de novembro de 1993) foi um crítico, escritor, pintor e professor português.

Personalidade multifacetada poeta, romancista, ensaísta, crítico, pintor , Mário Dionísio teve uma ação cívica e cultural marcante no século XX português, com particular incidência nos domínios literário e artístico.

Mário Dionísio desempenhou um papel de relevo na teorização do neo-realismo português, "movimento literário que, nos anos de 1940 e 1950, à luz do materialismo histórico, valorizou a dimensão ideológica e social do texto literário, enquanto instrumento de intervenção e de consciencialização". No contexto das tentativas de reforma cultural encetada pelos intelectuais dessa corrente, através de palestras e outras ações culturais, "participou num esforço conjunto de aproximar a arte e o público, de que resultou, por exemplo, a obra A Paleta e o Mundo, constituída por uma série de lições sobre a arte moderna. Poeta e ficcionista empenhado, fiel ao «novo humanismo», atento à verdade do indivíduo, às suas dolorosas contradições, acolheu, na sua obra, o espírito de modernidade e as revoluções linguísticas e narrativas da arte contemporânea".

Mário Dionísio morreu em 17 de novembro de 1993, em Lisboa, vítima de ataque cardíaco.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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