"O Bandido Duplamente Armado"
de Soledad Puértolas

1 Edição de 1991
Bertrand Editora
124 Páginas

Esta é a história de uma família em qualquer cidade. Mas a família não é qualquer família. Eles são os Lennox: ricos, bonitos e peculiares. O narrador, que outrora sentiu a força do seu fascínio, recorda numa série de sequências a passagem de cada um pela sua vida num tom que é ao mesmo tempo uma homenagem e uma forma de superação. Literalmente: sentir-se superior.

Aprendiz de escritor, egoísta, imaturo, dependente, orgulhoso e ambicioso, o narrador é, no fundo, o verdadeiro protagonista. Fechamos o livro e percebemos que sabemos muito pouco sobre os Lennox, mas a atmosfera que eles espalharam em torno deles permanece, o que os tornava pessoas inacessíveis e misteriosas, que os diferenciavam dos demais. A viúva, que não hesita em casar novamente com um estrangeiro muito mais jovem do que ela; o caubói, um pouco irreal, muito jovem, estranhamente duro e poético ao mesmo tempo; James, que observa impotente como sua carreira política é interrompida por causa de seus casos de amor; Eileen, incapaz de compreender os outros e finalmente infeliz; Linda, em busca da conquista impossível. E, acima de tudo, Terry Lennox, o grande enigma. Não se sabe o que busca, o que deseja, que valores o sustentam.

São os personagens que desfilam diante dos nossos olhos e diante dos do narrador, que os observa da distância que marca seu orgulho, da batalha da sedução. E os descreve, controlando as emoções, fazendo com que adquiram um novo significado. O que resta é literatura.

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Soledad Puértolas (Saragoça, 1947) vive em Pozuelo de Alarcón (Madrid). Em Anagrama, ela publicou onze romances: O Bandido Armado Duplo (Prêmio Sésamo), Bordéus, Todos Mentiras, A Noite Continua (Prêmio Planeta), Dias Arenais, Se o Mensageiro Chega ao Pôr do Sol, Uma Vida Inesperada, Sra. Berg, História de um casaco, Céu noturno e Meu amor em vão; cinco livros de histórias: Uma doença moral, A corrente do Golfo, Pessoas que vieram ao meu casamento, Adeus às noivas e Companheiros na estrada; dois volumes de textos autobiográficos: Memórias de outra pessoa e Com minha mãe, e o ensaio A vida oculta(Prêmio Anagrama). Seus livros foram traduzidos para vários idiomas. Em 2003 recebeu o Prêmio de Literatura Aragonesa e, em 2010, foi nomeada membro da Real Academia Espanhola.

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