"Iminência do Encontro: George Steiner e a Leitura Responsável" de Ricardo Gil Soeiro

"Iminência do Encontro: George Steiner e a Leitura Responsável" de Ricardo Gil Soeiro

"Iminência do Encontro: George Steiner e a Leitura Responsável"
de Ricardo Gil Soeiro

1 Edição de 2009
Roma Editora
Coleção Casa da Cultura N 31
496 Páginas

Desde o aparecimento do seu primeiro livro, Tolstoy or Dostoevsky (1959), ao seu mais recente livro de ensaios, My Unwritten Books (2008), os escritos de George Steiner tem manifestado uma notável consistência de enfoque, facto que, a despeito da diversidade formal (ficção, poesia, ensaio filosófico) e do leque alargado de abordagens que exibem, gerou uma obra que se firma num conjunto de preocupações intelectuais claramente identificáveis. Em ultima analise, a presente dissertação procura, não só definir estas preocupações a medida que elas assomam nos livros steinerianos, mas também faze-las remontar a problemática central da leitura: o que significa ler um texto responsavelmente? Poderá haver dimensões de primeira grandeza num poema, numa pintura ou numa composição musical criados na ausência de Deus? Ou, será Deus sempre uma presença real nas artes? Tendo em conta estas questões imponentes,Steiner surpreende no encontro com a grande literatura ou arte como dando as boas-vindas a um hóspede, e, a fim de articular uma visão de interpretação que faz jus a nossa experiencia do 'outro', invoca a metáfora da cortesia. Assombrado pelo apavorante paradoxo do inumano no seio da humanidade, bem como pela revelação (trazida pela Shoah) de que o discurso humano pode ser usado tanto para amar como para odiar, e o judaísmo pós-Auschwitz de Steiner que esta por detrás da sua leitura sombria do homem e que o impele a 'apostar no sentido do sentido'.Reconhecendo que a aspiração de redigir algumas notas para a redefinição da cultura se desmoronou ante o inconcebível no castelo do Barba Azul e pretendendo formular uma nova fenomenologia da leitura, Steiner retoma a sua distinção avançada no ensaio 'Critic/ Reader' (1979): o leitor abre-se ao ser autónomo do texto, ao passo que o critico, ao invés, reifica o texto e posiciona-se contra ele. Inicialmente apresentando esta dicotomia (embora problematizando-a a luz da hermenêutica radical de John D. Caputo), fazendo contrastar a ontologia de Martin Heidegger (que deseja desconstruir a historia da metafísica e escutar a voz do Ser) com a teoria da desconstrução de Jacques Derrida.

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Ricardo Gil Soeiro (1981) é poeta e ensaísta. Tem vários ensaios publicados, entre os quais Gramática da Esperança (2009), Poéticas da Incompletude (2017), Volúpia do Desastre (2019) e O Enigma Claro da Matéria (2019). Organizou o volume As Artes do Sentido e coeditou Paul Celan: Da Ética do Silêncio à Poética do Encontro (2014), Das Cinzas do Silêncio à Palavra do Fogo (2018) e O Nada virado do Avesso (2019). No domínio da poesia, publicou obras como Caligraphia do Espanto (2010), Labor Inquieto (2011) ou Da Vida das Marionetas (2012). Em 2012, veio a lume Lapprendista di enigmi, uma antologia poética traduzida para italiano. Com Iminência do Encontro foi galardoado com o Prémio PEN Clube Português Primeira Obra 2010. Com o livro A Sabedoria da Incerteza foi finalista do Prémio PEN de Ensaio 2016. Com o livro Palimpsesto foi finalista do Prémio SPA 2017. Com A Rosa de Paracelso foi finalista do Grande Prémio de Literatura DST 2018. Em 2019, foi distinguido pelo Instituto Cultural Romeno com o título honorário Amicus Romaniae 2019. É professor de Estudos de Literatura, Arte e Cultura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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