"Humberto Delgado: As Eleições de 58" de Iva Delgado e Outros
"Humberto Delgado: As Eleições de 58" de Iva Delgado e Outros
Preço: 20 €
"Humberto Delgado: As Eleições de 58" de Iva Delgado e Outros
"Humberto Delgado: As Eleições de 58"
Coordenação de Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria
Prefácio de Fernando Rosas
1 Edição de 1998
VEGA Edições
714 Páginas
As eleições presidenciais portuguesas de 1958 realizaram-se no período denominado Estado Novo, o regime liderado pelo primeiro-ministro António de Oliveira Salazar. O acto ocorreu no dia 8 de Junho de 1958. Para parte da historiografia corrente, este foi o início do fim do Estado Novo.
O então Presidente Francisco Craveiro Lopes entrou em conflito com Salazar e não procurou obter um segundo mandato. O candidato do regime de Salazar e da União Nacional, o partido único, foi o ministro dos assuntos navais, almirante Américo Tomás. A oposição democrática apoiou o general Humberto Delgado, que concorreu como candidato independente numa tentativa de mudar o regime. Houve também uma terceira candidatura, a de Arlindo Vicente, apoiada pelo Partido Comunista Português; no entanto, a 30 de maio de 1958, Vicente desiste a favor de Humberto Delgado, com o objetivo de reunir as forças da oposição em torno de uma única candidatura. Esse entendimento ficou conhecido para a História como o Pacto de Cacilhas.
O escrutínio oficial deu 76,4% a Tomás e cerca de 23% a Delgado. A polícia secreta do regime, a PIDE, assediou os apoiantes de Humberto Delgado, e houve muitos relatos de fraude eleitoral. Delgado contestou os resultados e houve pequenas correções, que após analisadas pelos tribunais retiraram cerca de 6000 votos a Américo Tomás. Delgado, venceu em alguns lugares, como, por exemplo, no distrito de Santarém, onde chegou a obter 83% dos votos em Alpiarça, 77.9% em Almeirim, 72.4% em Alcanena e 51.2% em Rio Maior.
José Pacheco Pereira ao descrever o acto eleitoral refere que o que aconteceu em muitas mesas de voto, intimidações, violação das urnas, impedimentos à fiscalização, votos de grupos de legionários que se deslocavam de urna em urna, falseamento de actas com resultados. No mesmo dia dão-se várias prisões."
No entanto, fosse qual fosse o resultado, a ausência de fiscalização e o clima de medo, inevitável num país onde a polícia política continuava a actuar abertamente, inevitavelmente condicionou as eleições de 1958. Os resultados chocaram a classe dirigente da ditadura, e em 1959 a responsabilidade da eleição dos presidentes passou a ser uma competência da Assembleia Nacional.
ESGOTADO NAS LIVRARIAS
NOVO - PORTES GRÁTIS
Coordenação de Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria
Prefácio de Fernando Rosas
1 Edição de 1998
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As eleições presidenciais portuguesas de 1958 realizaram-se no período denominado Estado Novo, o regime liderado pelo primeiro-ministro António de Oliveira Salazar. O acto ocorreu no dia 8 de Junho de 1958. Para parte da historiografia corrente, este foi o início do fim do Estado Novo.
O então Presidente Francisco Craveiro Lopes entrou em conflito com Salazar e não procurou obter um segundo mandato. O candidato do regime de Salazar e da União Nacional, o partido único, foi o ministro dos assuntos navais, almirante Américo Tomás. A oposição democrática apoiou o general Humberto Delgado, que concorreu como candidato independente numa tentativa de mudar o regime. Houve também uma terceira candidatura, a de Arlindo Vicente, apoiada pelo Partido Comunista Português; no entanto, a 30 de maio de 1958, Vicente desiste a favor de Humberto Delgado, com o objetivo de reunir as forças da oposição em torno de uma única candidatura. Esse entendimento ficou conhecido para a História como o Pacto de Cacilhas.
O escrutínio oficial deu 76,4% a Tomás e cerca de 23% a Delgado. A polícia secreta do regime, a PIDE, assediou os apoiantes de Humberto Delgado, e houve muitos relatos de fraude eleitoral. Delgado contestou os resultados e houve pequenas correções, que após analisadas pelos tribunais retiraram cerca de 6000 votos a Américo Tomás. Delgado, venceu em alguns lugares, como, por exemplo, no distrito de Santarém, onde chegou a obter 83% dos votos em Alpiarça, 77.9% em Almeirim, 72.4% em Alcanena e 51.2% em Rio Maior.
José Pacheco Pereira ao descrever o acto eleitoral refere que o que aconteceu em muitas mesas de voto, intimidações, violação das urnas, impedimentos à fiscalização, votos de grupos de legionários que se deslocavam de urna em urna, falseamento de actas com resultados. No mesmo dia dão-se várias prisões."
No entanto, fosse qual fosse o resultado, a ausência de fiscalização e o clima de medo, inevitável num país onde a polícia política continuava a actuar abertamente, inevitavelmente condicionou as eleições de 1958. Os resultados chocaram a classe dirigente da ditadura, e em 1959 a responsabilidade da eleição dos presidentes passou a ser uma competência da Assembleia Nacional.
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