"Histórias Afluentes" de Alves Redol - 1ª Edição de 1963

"Histórias Afluentes" de Alves Redol - 1ª Edição de 1963

"Histórias Afluentes"
de Alves Redol

1ª Edição de 1963
Portugália Editora
Coleção Contemporânea
342 Páginas

Histórias Afluentes é um livro de contos. Contas que quase sempre se apresentam como aflorações ricas ou compadecidas de tempos que inexoravelmente se vão distanciando, espécie de excertos recuperados de memórias. É a vendedeiro de figos, rapariguinha descalça que certo dia ateou num jovem de 14 anos um deslumbramento de sonho que não mais se apagaria, o pequeno vagabundo que chara o castigo infligido a Teu Nome, o cãozito seu companheiro, que, num rasgo de audácia, se erguera a proporções verdadeiramente humanas; a criança que recebeu pelo Natal, uma prenda extraordinária que lhe trazia apelo do mar e da aventura. Mas, lado a lado com estas recordações poéticas entremezes satíricos como o do burlesco pantomineiro que era o Pai dos Mortos. Há, porém, neste livro uma novidade a acentuar os temas africanos, fruto da amarga experiência de Alves Redol durante três anos de permanência em Angola E esta experiência que constitui o fundo de alguns dos notáveis contos de Histórias Afluentes, narrados todos eles num estilo límpido, depurado e coloquial, que revela a maturidade de um grande escritor

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Escritor português, natural de Vila Franca de Xira, António Alves Redol nasceu a 29 de dezembro de 1911 e faleceu 29 de novembro de 1969. Figura central do Neorrealismo português, foi autor de uma vasta obra ficcional, que inclui o teatro e o conto.
Filho de um pequeno comerciante ribatejano, obteve um curso comercial e, cedo, teve de se iniciar no mundo do trabalho. Ainda jovem, partiu para Angola à procura de melhores condições de trabalho, mas lá conheceu a pobreza e o desemprego. De regresso a Portugal, à capital, desenvolveu várias atividades profissionais e enveredou nos meandros da oposição ao Estado Novo ingressando no Partido Comunista. De início, tornou-se colaborador do jornal O Diabo, mas a sua veia literária acabaria por se manifestar em 1939. Empenhado na luta de resistência ao regime salazarista, compreendeu a literatura como forma de intervenção social e, nesse mesmo ano, surgiu o seu primeiro romance, Gaibéus, cujo assunto, relacionado com problemas sócio-económicos vividos pelos ceifeiros, fez desta obra o marco do aparecimento do Neorrealismo.
A sua literatura não se caracteriza pela escrita de histórias ficcionadas, mas essencialmente pela abordagem da realidade social e de experiências vividas.

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Etiquetas: Literatura

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