"História de um Atentado" - O Atentado a Salazar de Emídio Santana - 1ª Edição de 1976

"História de um Atentado" - O Atentado a Salazar de Emídio Santana - 1ª Edição de 1976

"História de um Atentado"
O Atentado a Salazar
de Emídio Santana

1ª Edição de 1976
Publicações Forum
226 Páginas

No dia 4 de julho de 1937, Salazar foi alvo de um atentado à bomba, mas escapou incólume. A operação organizada por anarquistas e comunistas teve como resultado a glorificação do regime.

António de Oliveira Salazar preparava-se para assistir a uma missa privada quando, ao sair do automóvel, explodiu um engenho que tinha sido colocado numa conduta. Na rua Barbosa do Bocage, em Lisboa, ficou uma cratera profunda, mas o ditador escapou ileso.

Nos meses seguintes desenrolou-se uma gigantesca investigação policial e um conflito entre as polícias de investigação e política. Foram capturados os autores do ataque, mas também outros, que nada tinham a ver com o caso e que passaram longos períodos na prisão sem culpa formada.

O atentado serviu ainda para o regime capitalizar em popularidade, aproveitando para passar a imagem de Salazar como o homem providencial de que o país precisava.

Memória Fotográfica é uma série documental onde as fotografias ganham vida com a presença do historiador que, agarrando neste ou naquele elemento, mostra como ocorreram episódios que marcaram a história portuguesa do século XX. Guerras, revoluções, intrigas, festejos, dramas, vitórias, líderes, derrotados e vencedores, de tudo se encontra nas fotografias que preservam parte da nossa memória coletiva. Elas retratam as mais diversas áreas e episódios da vida portuguesa do século passado.

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Emídio Santana (1906 a 1988) foi o mais conhecido e importante militante anarco-sindicalista da geração que, tendo nascido no período da Monarquia, viveu grande parte da sua vida no período conturbado que se seguiu à implantação da República. Lutou como poucos e com grandes sacrifícios pessoais e familiares contra a Ditadura, assistiu à Revolução de 1974 e nunca desistiu de contribuir para o afastamento das ideias totalitárias que procuraram impor-se logo após o 25 de Abril. Foi militante anarco-sindicalista desde os 18 anos de idade ao lado de ilustres figuras da oposição e de intelectuais da sua época. Mas também exerceu a profissão de carpinteiro de moldes por necessidade de um ofício e foi desenhador durante uma parte da sua vida. Sempre foi um autodidata, possuidor de uma cultura invejável. Muito jovem aderiu à organização sindical dos metalúrgicos de Lisboa e às Juventudes Sindicalistas (de que foi secretário-geral), foi dirigente da Federação Mineira e Metalúrgica em 1931-32 e um dos autores do plano do atentado contra Salazar em julho de 1937 custou-lhe uma pena de 16 anos de prisão na cadeia na Penitenciária de Coimbra, onde realizou obras socialmente reconhecidas. Dedicou-se ao cooperativismo, à defesa do inquilinato urbano e assumiu a direção do jornal A Batalha, na sua VI série, desde 1974 até à sua morte. Participou na criação do Centro de Estudos Libertários (CEL), em 1979, e do Arquivo Histórico Social (AHS), com João Freire e outros militantes, depositado na Biblioteca Nacional (BN). O livro Memórias de um Militante Anarco-sindicalista relata a sua vida aventureira e é um retrato imperdível da sociedade em que viveu.

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Raul Ribeiro

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