"Feira de Arte Contemporânea, FAC 96" Forum Atlântico de Arte Contemporânea, Forum 96 - Catálogo

"Feira de Arte Contemporânea, FAC 96" Forum Atlântico de Arte Contemporânea, Forum 96 - Catálogo

"Feira de Arte Contemporânea, FAC 96"
Forum Atlântico de Arte Contemporânea, Forum 96

Coordenação geral de António Bacalhau

Edição de 1996
Catálogo da Exposição de 5 a 10 de Dezembro na EXPONOR em Matosinhos
Câmara Municipal de Matosinhos
240 Páginas
Dimensões de 240 x 280 x 20 mm.
Profusamente Ilustrado

Levada a cabo pela Associação de Galerias, e em especial por Faria Paulino (Altamira), Pedro Oliveira e António Bacalhau (Gal. Palmira Suzo), a feira foi acompanhada por um programa de debates que permitiu aos seus reduzidos assistentes acompanhar um leque ambicioso de temas, da apresentação pública dos programas de três centros de arte ibéricos (CCB, por Margarida Veiga; Serralves, por Vicente Todoli; Museu de Badajoz, por António Franco) às questões da fiscalidade e do mecenato, com a apresentação da lenta evolução espanhola para a legalização do mercado de arte, por parte de Enrique Abella Poblet.
Mas, para lá das gripes próprias da quadra, é curioso observar como o culto da confidencialidade continua a manter-se entre nós, enquanto, por exemplo, no último «Journal des Arts» (Dezembro) se dá conta das preocupações que justificaram a comparência reivindicativa, em Tours, França, de perto de 900 participantes no 1º Congresso Interprofissional da Arte Contemporânea.
A presença de Fernando Calhau num painel dedicado ao coleccionismo institucional permitiu (ao signatário) questionar a compatibilidade, ou não, das suas funções oficiais no Instituto de Arte Contemporânea com a responsabilidade pelo coleccionismo da Caixa Geral de Depósitos, instituição que tem o mérito de ser a única a tornar público o respectivo acervo, mas que o mantém a níveis de investimento pouco compatíveis com a sua dimensão financeira. Foi igualmente comentada a coincidência dos diversos coleccionismos públicos num mesmo segmento do mercado, geracional e de gosto, mais envolvidos com um entendimento restritivo do «apoio à criação» do que com a responsabilidade museográfica a escassez das verbas, que deixa ao mercado privado as produções mais qualificadas, não será a razão principal.
Importância decisiva tiveram as intervenções do presidente da CCRN, Luis Braga da Cruz, e do sociólogo António Figueiredo (Faculdade de Economia do Porto), a propósito da relação entre cultura, artes plásticas e desenvolvimento regional, no confronto entre a Galiza e o Norte de Portugal. Ficou dito por Braga da Cruz que o MC é, de todos os sectores, «aquele que tem uma concepção mais centralizada e verticalizada da organização administrativa da intervenção do Estado».

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Raul Ribeiro

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