"Atrás dos Montes"
de Gerrit Komrij

1ª Edição de 1997
Edições ASA
Coleção Vozes do Mundo
274 Páginas

Após seis horas de viagem num comboio velho, por entre ravinas e encostas, Pedro Sousa e Silva, farto da vida de jet set de Lisboa, chega à terra dos seus sonhos, na província mais distante e mais isolada do país, para se instalar no imponente solar abandonado que os seus antepassados habitaram outrora.
Na sua vida, Pedro conhece usos e costumes que julgava esquecidos, convive com a pequena comunidade quase medieval da aldeia, torna-se amigo do padre local e das famílias tradicionais da região. A sua existência parece predestinada a uma vida serena de prazeres simples. Mas não tarde que por detrás da fachada exótica se descubra uma sociedade baseada na desconfiança e no terror. À volta da velha casa estala uma guerra sem tréguas. O isolamento transforma-se numa prisão. Confrontado com uma comunidade onde nada mudou após a queda do regime totalitário, Pedro é obrigado a ceder.
Romance polémico e corrosivo, que nos permite perceber um olhas estrangeiro sobre Portugal, Atrás dos Montes vem revelar ao público português um dos nomes mais importantes da literatura holandesa actual.

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Gerrit Komrij, um dos mais famosos escritores e polemistas neerlandeses, nasceu em Março de 1944, em Winterswijk. Em 1963, ruma à Universidade de Amesterdão, mas rapidamente desiste e lança-se no meio literário. Depois de uma estada em Creta, regressa à capital neerlandesa, onde trabalha na editora De Arbeiderspers. Em 1968, publica o seu primeiro volume de poesia e, dois anos depois, envolve se na primeira das suas muitas polémicas literárias. Em 1972, torna-se crítico literário do Vrij Nederland e, em 1976, crítico de televisão e cronista do NRC Handelsblad. Entre as suas muitas traduções, encontra-se a versão completa do teatro de Shakespeare. Em 1980, com apenas 36 anos, publica a sua autobiografia Verwoest Arcadië.

Em 1984, fixa-se em Portugal, primeiro em Alvites e depois em Vila Pouca da Beira. Nesses anos escreve Atrás dos Montes (Edições Asa, 1997), Um Almoço de Negócios em Sintra (Edições Asa, 1999) e publica Contrabando (antologia poética, Assírio & Alvim, 2005).

Em 1993, recebe o prémio P. C. Hooftprijs, o principal prémio literário dos Países Baixos, e, no ano 2000, é escolhido pelo público como Poeta da Nação.

Em 5 de Julho de 2012, falece em Amesterdão, mas é enterrado perto de casa, em Vila Pouca da Beira.

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