"A Tragédia da Rua das Flores" de Eça de Queiroz

"A Tragédia da Rua das Flores" de Eça de Queiroz

A Tragédia da Rua das Flores
de Eça de Queiroz


Editor - Edições Fernando Pereira


Editor - Edições Fernando Pereira


Quantos tesouros oculta o espólio de um grande escritor? No caso de Eça de Queirós (1845 a 1900), muitos. Prolífico a escrever, frugal a publicar, só postumamente foi conhecida uma parte significativa da sua produção literária. A Tragédia da Rua das Flores, que agora se reedita segundo as normas da nova ortografia, permaneceu inédita durante um século. Escrita entre 1877 e 1878 e apenas editada em 1980, esta história de incesto antecede o mais célebre romance do autor, Os Maias (1888), de que pode ser considerada um primeiro ensaio. No entanto, o enredo em torno da paixão fatal de Vítor e Genoveva, que já foi alvo de uma adaptação televisiva, não é tratado por Eça com o romantismo açucarado que tornou a narrativa dos amores de Carlos da Maia e Maria Eduarda admissível para consumo dos leitores da época. A Tragédia da Rua das Flores é um romance realista, assumidamente cru e sensorial, que revela um Eça em pleno domínio da sua técnica, sem pejo em afrontar, com arrojo e notório divertimento, os tabus da sociedade portuguesa de finais do século XIX.

Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.
Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal , em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte, integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.
Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.

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Etiquetas: Literatura

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Alexandre M.

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