"A Família de Pascoal Duarte" de Camilo José Cela - Edição de 1990

"A Família de Pascoal Duarte" de Camilo José Cela - Edição de 1990

"A Família de Pascoal Duarte"
de Camilo José Cela

Tradução de Tomaz Ribas

Edição de 1990
Círculo de Leitores
180 Páginas

A Família de Pascoal Duarte publicado pela primeira vez em 1942, por Camilo José Cela, na Argentina, devido ao seu carácter incompatível com as mentalidades saídas da vitória da Guerra Civil espanhola, A Família de Pascoal Duarte foi o romance de estreia de Camilo José Cela.
Tradicional na forma, a obra teve uma influência significativa durante a década consecutiva à sua publicação. Utilizando técnicas da Renascença picaresca espanhola, Cela emprega o relato na forma de narrador em primeira pessoa, fazendo da obra uma autobiografia fictícia.
A 15 de fevereiro de 1937, Pascoal Duarte, condenado à morte por matricídio, envia um manuscrito a um conhecido seu, relatando a sua vida e os seus feitos criminosos, fazendo pois uma confissão pública mas, acima de tudo, procurando dar uma justificação dos mesmos.
As violências de Pascoal Duarte foram, por ordem cronológica, o ter ferido Zacarias numa disputa, morto à navalhada a égua que arreou a sua própria mulher, morto, com uma escopeta, a cadela Chispa porque incomodava a sua vista, morto "El Estirão" a golpes em luta provocada, morto a sua mãe à navalhada e assassinado o Conde de Torremejia. Pascoal apenas se diz verdadeiramente culpado de dois destes crimes, já que o que o enfurece são as vicissitudes da vida e os infortúnios absurdos. Procura alguém a quem culpar, alguém em quem se possa vingar das injustiças do seu destino. Atormentado pelas mulheres que o rodeiam, Pascual não só demonstra intolerância, quando a má sorte se revela de uma crueza extrema, ao tirar-lhe os dois filhos, a primeira mulher, e o irmão, como vê nos atos uma forma de repor a ordem na sua vida.
Lidando com o lado trágico da vida, com a violência cumulativa, o horror e o desespero, no estilo literário denominado de tremendismo, A Família de Pascual Duarte é um clássico moderno que pode ser interpretado como a voz de um povo reprimido, condenado por um regime ditatorial, ou como uma anotação do absurdo e do vazio espiritual.

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Escritor espanhol, Camilo José Cela nasceu a 11 de maio de 1916, em Ira Flavia, na Corunha, e faleceu a 17 de janeiro de 2002, em Madrid. Formou-se em Direito pela Universidade de Madrid e tornou-se membro da Real Academia da Língua.
Ser filho de pai espanhol e mãe inglesa permitiu-lhe ter uma visão mais alargada da vida europeia.
Viajante incansável e produtor de uma vasta obra, revelou-se ao mundo como escritor de singular originalidade ressaltando de imediato a sua atenta visão de uma realidade espanhola que descreve e analisa como poucos.
Hoje ocupa um lugar cimeiro na literatura mundial, tendo sido galardoado, em Espanha, com o Prémio Nacional de Literatura e o Prémio Príncipe das Astúrias.
A Academia Sueca reconheceu oficialmente o incomparável valor da sua obra tendo decidido atribuir-lhe, em 1989, o Prémio Nobel da Literatura.
Em Português temos publicados os seguintes livros de Cela: La Colmena (A Colmeia, 1951), Pisando la dudosa luz del día, 1936 (São Camilo, 1969), Oficio de tenieblas 5 (Ofício de Trevas, 1974) e Mazurca para dos muertos (Mazurca para dois mortos, 1983), tendo este último sido galardoado, em 1985, com o Prémio D. Dinis.
Camilo José Cela é uma figura de primeira ordem na literatura de ficção.

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Etiquetas: Literatura

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Raul Ribeiro

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