1º Página Jornal "A Capital" Agostinho acaba etapa da vida - 10 maio 1984

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Joaquim Agostinho foi um ciclista português, descoberto por Jean de Gribaldy. Joaquim Agostinho competiu como profissional entre 1968 e 1984.

Joaquim Agostinho começou a praticar ciclismo no Sporting Clube de Portugal, equipa que o descobriu ao treinar perto de Casalinhos de Alfaiata em Torres Vedras, começando a praticar já com 25 anos de idade. Ainda assim, conseguiu evoluir de tal forma que é usualmente referido como o melhor ciclista português de todos os tempos.

A sua carreira internacional começou em 1968, depois de ter sido observado pelo director desportivo francês Jean de Gribaldy.

Obteve resultados de destaque na Volta a Espanha, vários dias de amarelo e um segundo lugar final, distando apenas 11 segundos da vitória, e na Volta a França onde terminou duas vezes no pódio e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez.

O seu modo de pedalar era peculiar: por ter aprendido tardiamente (por volta dos 23 anos), e logo em seguida começar treinos mais pesados, sofria constantes quedas. Era bastante desengonçado, o que lhe rendeu o apelido de "Quim Cambalhotas".
Morte

A 30 de Abril de 1984, quando liderava a X Volta ao Algarve, na 5. etapa, a 300 metros da linha de chegada, em Quarteira, um cão atravessou-se no seu caminho, o que o fez cair, provocando-lhe um traumatismo craniano. Algum tempo depois afirmou-se que as consequências deste acidente poderiam ser menores se Joaquim usasse capacete. Levantou-se, voltou a montar na bicicleta e terminou a etapa com a ajuda de Benjamim Carvalho e José Amaro, seus colegas de equipa.

Recusou inicialmente tratamento hospitalar, mas as dores persistentes na cabeça levaram-no a ingressar no hospital de Loulé, no qual foi constatado, através de um raio-x, uma fratura no osso parietal e o seu estado de saúde se agravou drasticamente.

Foi ainda levado para o Hospital de Faro, mas teve de ser transferido de emergência, fazendo 300 quilômetros de ambulância (na altura não havia helicópteros para transporte de doentes em Portugal, nem serviço de neurocirurgia no Algarve), para ser operado no hospital da CUF, em Lisboa. Após dez intervenções cirúrgicas, foi dado clinicamente morto 48 horas depois da queda e permaneceu em coma por dez dias, falecendo no dia 10 de Maio de 1984, poucos minutos antes das 11:00 horas. Foi enterrado na sua terra natal.

Em 30 de Julho de 1984 foi agraciado a título póstumo como Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

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M. Fernandes

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