Um Político confessa-se Franco Nogueira

Um Político confessa-se Franco Nogueira

UM POLÍTICO CONFESSA-SE
Diário 1960-1968
de Franco Nogueira
ISBN:9789722605939
Editor:Livraria Civilização Editora
Data de Lançamento:abril de 1987
Dimensões:155 x 218 x 14 mm
Páginas:316

Exemplar em bom estado, ligeiro desgaste na capa.

PREÇO: 13.00EUR
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Porquê? Para quê?

Por anos entre 1960 e 1968 anotei em sucessivos cadernos quanto me pareceu significativo. Registei episódios e minúcias, e julgo que fui rigoroso. Destinava esses apontamentos a futuras memórias; mas desinteressei-me destas; e não as escreverei. Nem isso importa. No estado moral do país, seria mesmo grotesco tentar fazê-lo: há por aí alguém que se interesse, no plano propriamente nacional, seja pelo que for? Não excedem decerto a mão cheia os curiosos por estes transes da crónica portuguesa (como por quaisquer outros, aliás) e sobretudo pelos dares e tomares em que fui envolvido; e para esses serão alimento bastante estes tópicos. Transcrevo-os quase como os alinhavei, afora um passo ou outro que cortei por demasiado cru, ou por alguma lima que apliquei aqui ou ali para corrigir atropelos de uma prosa lançada ao papel com excessiva rapidez, na lufa-lufa de um quotidiano infernal. Dou assim um testemunho, e faço-o porque alguém tem de o dar, neste crepúsculo nacional, que bem pode preludiar uma noite definitiva. Não há por aí tal que prefere ser europeu a ser português, sem se aperceber de que os demais europeus não querem deixar de ser os nacionais que são e de que, se deixar de ser português, não será mais coisa que valha? Não abundam por al uns quidams para quem a nacionalidade deve ser enterrada entre urzes e giestas? Esses são os de mentalidade muito evoluída e muito sofisticada, que têm as teses dos outros mas ignoram tudo de nós, e que sorriem compassivos e superiores perante o que lhes parece velharia afonsina. No que me respeita, porém, nada mais escreverei sobre esse tempo que foi. Esta é a minha parte da verdade. Quem qui- ser acredita e quem não quiser não acredita. Por uma atitude ou outra, não vem mal ao mundo, nem a mim.

Lisboa, 1986.

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V. Oliveira

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