RELAÇÕES IGREJA ESTADO Entrevista com o Bispo do Porto
RELAÇÕES IGREJA ESTADO Entrevista com o Bispo do Porto
Preço: 8 €
RELAÇÕES IGREJA ESTADO Entrevista com o Bispo do Porto
RELAÇÕES IGREJA ESTADO Entrevista com o Bispo do Porto
Autores: Raul Rego e João Gomes
Edição: Editorial República
Lisboa 1973
Páginas: 84
Dimensões: 190x125 mm
Peso: 119
IS 1543325890
Exemplar em bom estado
PREÇO: 8.00EUR
PORTES DE ENVIO PARA PORTUGAL INCLUÍDOS, em Correio Normal/Editorial, válido enquanto esta modalidade for acessível a particulares.
Envio em Correio Registado acresce a taxa em vigor.
O caso do senhor Bispo do Porto constitui dos marcos mais salientes na evolução da mentalidade portuguesa do último século e contribuiu de forma decisiva para a clarificação das relações Igreja- -Estado, Trouxe à superfície os verdadeiros motivos da orientação de sectores políticos e religiosos onde a confusão era a norma sob pretextos muito vários. Desde a proclamação da República, com as desinteligências e quezílias dos primeiros tempos, à vida separada e sã, em liberdade e sem compromissos, de pouco depois, e ao conúbio posterior, muitas vezes foi apontado o caminho recto por onde se poderia seguir: mas foi com o exilio do prelado portucalense que se verificou à evidência quanto era daninha para a verdadeira vida espiritual portuguesa e para todo o conjunto da vida nacional, o prosseguimento da confusão de poderes e o silêncio sistemático das gentes sobre temas que têm de ser agitados para se lhes encontrar solução.
A herança da monarquia era a de uma religião ornamento da vida oficial entrelaçando as cerimónias civis e religiosas e as decisões do pontífice e dos bispos passando à fieira do beneplácito régio. Nomeações de prelados, cónegos, professores de seminários e beneficiados, bem como a criação de paróquias e de quaisquer organizações e associações religiosas passavam pelo Ministério da Justiça. Viviam em boa harmonia. Quem dava o pão dava o ensino, mas não a vida. E era a verdadeira vida religiosa que menos interessava e sim a vida oficial, o esplendor. Nem os políticos monárquicos eram mais religiosos do que o seriam os republicanos.
Ao proclamar-se o novo regime, o anticlericalismo veio à superfície natural- mente porque o trono estava escorado no altar. E o clero, com raras excepções, comprometido com a monarquia, tomou atitude hostil à República. Atitude politica? Claramente, porque medidas do Governo Provisório que afectavam a vida religiosa e suscitaram protestos dos prelados e de Roma (protestos naturais, sem dúvida, em muitos casos), tinham passado quase em claro e não tinham quebrado a boa harmonia com o regime monárquico. Assim, o encerramento das casas religiosas por Afonso Costa, logo em Outubro de 1910, mais não era do que o seguimento das medidas to- madas por Hintze Ribeiro, em 1901, e por Teixeira de Sousa, em Setembro de 1910. As reacções é que foram diferentes e por isso as devemos considerar contra a República e não em defesa dos interesses religiosos. O mesmo provincial da Companhia de Jesus, no protesto «Ao meu País, consideraria como mais fiel intérprete e defensor dos interesses da Igreja Católica, o jornal atrabiliário e desbocado que era o «Portugal. Isso nos pode dar a medida das confusões, liames e compromissos existentes entre os homens da Igreja e o regime desacreditado, manifestamente incapaz de encontrar solução aos problemas nacionais.
Autores: Raul Rego e João Gomes
Edição: Editorial República
Lisboa 1973
Páginas: 84
Dimensões: 190x125 mm
Peso: 119
IS 1543325890
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O caso do senhor Bispo do Porto constitui dos marcos mais salientes na evolução da mentalidade portuguesa do último século e contribuiu de forma decisiva para a clarificação das relações Igreja- -Estado, Trouxe à superfície os verdadeiros motivos da orientação de sectores políticos e religiosos onde a confusão era a norma sob pretextos muito vários. Desde a proclamação da República, com as desinteligências e quezílias dos primeiros tempos, à vida separada e sã, em liberdade e sem compromissos, de pouco depois, e ao conúbio posterior, muitas vezes foi apontado o caminho recto por onde se poderia seguir: mas foi com o exilio do prelado portucalense que se verificou à evidência quanto era daninha para a verdadeira vida espiritual portuguesa e para todo o conjunto da vida nacional, o prosseguimento da confusão de poderes e o silêncio sistemático das gentes sobre temas que têm de ser agitados para se lhes encontrar solução.
A herança da monarquia era a de uma religião ornamento da vida oficial entrelaçando as cerimónias civis e religiosas e as decisões do pontífice e dos bispos passando à fieira do beneplácito régio. Nomeações de prelados, cónegos, professores de seminários e beneficiados, bem como a criação de paróquias e de quaisquer organizações e associações religiosas passavam pelo Ministério da Justiça. Viviam em boa harmonia. Quem dava o pão dava o ensino, mas não a vida. E era a verdadeira vida religiosa que menos interessava e sim a vida oficial, o esplendor. Nem os políticos monárquicos eram mais religiosos do que o seriam os republicanos.
Ao proclamar-se o novo regime, o anticlericalismo veio à superfície natural- mente porque o trono estava escorado no altar. E o clero, com raras excepções, comprometido com a monarquia, tomou atitude hostil à República. Atitude politica? Claramente, porque medidas do Governo Provisório que afectavam a vida religiosa e suscitaram protestos dos prelados e de Roma (protestos naturais, sem dúvida, em muitos casos), tinham passado quase em claro e não tinham quebrado a boa harmonia com o regime monárquico. Assim, o encerramento das casas religiosas por Afonso Costa, logo em Outubro de 1910, mais não era do que o seguimento das medidas to- madas por Hintze Ribeiro, em 1901, e por Teixeira de Sousa, em Setembro de 1910. As reacções é que foram diferentes e por isso as devemos considerar contra a República e não em defesa dos interesses religiosos. O mesmo provincial da Companhia de Jesus, no protesto «Ao meu País, consideraria como mais fiel intérprete e defensor dos interesses da Igreja Católica, o jornal atrabiliário e desbocado que era o «Portugal. Isso nos pode dar a medida das confusões, liames e compromissos existentes entre os homens da Igreja e o regime desacreditado, manifestamente incapaz de encontrar solução aos problemas nacionais.
Etiquetas: Literatura Outros géneros
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V. Oliveira
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