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Rojack, o herói de Um Sonho Americano, primeiro romance que o autor de Os Nus e os Mortos escreveu de há dez anos a esta parte, não se contenta em jogar com as palavras como o romancista com quem se identifica: age com a mesma facilidade com que se exprime. Durante as trinta e duas horas do romance, este amigo de J. F. Kennedy, antigo deputado, actor da televisão, professor, pugilista nas horas vagas e grande conquistador, passeia-se bêbedo que nem um cacho num parapeito situado a 30 metros do solo, mata uma mulher (a sua), possui outra selvaticamente, atira a esposa pela janela, deita-se com a criada, passa a primeira metade da noite no comissariado e a segunda com uma cantora de cabaré, encontrada na rua no momento da queda fatal, sedu-la com igual vigor, retorna o interrogatório com a polícia, desanca um latagão negro que veio procurar a cantora, descobre a ternura do amor com esta, salta para um táxi que o conduz ao Waldorf Astoria onde é esperado por um sogro rico que negoceia em drogas e política e que o convida a caminhar sobre um parapeito ainda mais alto que o anterior, com a secreta esperança de que ele perca o equilíbrio...
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É tentador ironizar com o humanismo de Mailer, a ingenuidade da sua técnica, a candura do seu primitivismo; mas é difícil resistir à visão resplandecente de uma América vibrante de sensibilidade e de inquietação. Pierre Dommergues, Le Monde

Detalhes do livro Um Sonho Americano, Norman Mailer:
Editora: Portugália, 1968; Colecção: Contemporânea; Tradução: H. Silva Letra; med.: 13 x 19 cm; 308 pg.
Estado: Razoável