Um Deus Dormiu lá em Casa, Guilherme Figueiredo

Um Deus Dormiu lá em Casa, Guilherme Figueiredo

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Anfitrião 39, a darmos crédito à contabilidade de Giraudoux, este de Guilherme Figueiredo resolve-se sem Júpiter e sem Mercúrio. O Júpiter que, nos outros, veste a pele de Anfitrião por mor dos pudores de Alcmena, é aqui, pelo desejo do seu impudor ambicioso, a máscara do deus imaginado que o marido enverga para desassossego do seu ciúme.
Toda a urdidura da peça passa assim a viver não pela intervenção dos deuses que não há, mas pelo malefício dos zelos que os inventam para a própria consumição. Um achado!
Só um deus, nem mais nem menos, apetece Alcmena, mulher de Anfitrião, herói de Tebas, porque, acima do herói que tem, só isso basta à sua ambição. Anfitrião que o sabe e que não sabe de deuses, finge-se Zeus para visitá-la durante um combate. Zeus fingido à conta do ciúme, fica também, à mesma conta, fingido herói, pois abandona a batalha que assim se ganha sem ele.
Ao povo que o aclama e clama contra Alcmena, por ter sabido pelos guardas da nocturna visita que recebeu enquanto esturgia o mais aceso do combate, não é possível dizer a verdade. Ou marido enganado ou herói enganoso, o dilema que se lhe põe à vaidade, de qualquer modo em risco irremediável, só tem solução no próprio mito inventado pelo delírio da mulher. E assim termina o conto a contento de todos, como nas fábulas deve ser...

António Pedro (da introdução)

Detalhes do livro:
Editora: TEP, 1956; med.: 13,5 x 20 cm; 73 pgs.
Estado: Bom
Etiquetas: Literatura

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