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O presente trabalho teve origem numa experiência de seminário realizada no ano lectivo de 1974-75 sobre o tema «A cidade nas ciências sociais. Organizei o trabalho com base na metodologia usada por Martinotti e Elia para as antologias que tinham organizado (G. Martinotti, Città e analisi sociologica, Pádua, 1968; G.F. Elia, Sociologia urbana, Milão, 1971). A partir dessa experiência amadureceu a ideia de escrever um ensaio sobre as teorias que, no domínio das ciências sociais, têm a cidade como motivo de análise. Iniciei o trabalho que logo se mostrou árduo pela complexidade e vastidão dos problemas.
Na Primavera de 76 veio a lume um volume acerca das teorias sobre a relação cidade-campo. Quanto às outras teorias, tratei apenas de algumas e, afigurando-se-me arbitrário o critério selectivo, pus de lado a ideia de fazer sobre elas um trabalho acabado.
Transformado em sebenta para o ano lectivo de 1977-78, o trabalho teve bom acolhimento por parte dos estudantes de arquitectura que organizaram debates sobre algumas teorias (a económico-geográfica, a política, etc.) que me convenceram da sua utilidade, apesar de todas as lacunas que apresenta.
A unilateralidade das perspectivas da especialização disciplinar dá uma imagem da realidade urbana fragmentada e parcial, pelo que me pareceu oportuno concluir o trabalho com uma parte que pretende fornecer uma visão de conjunto da cidade vista como fenómeno social total, utilizando um ensaio («La città del capitale tra reformismo e rivoluzione) escrito em 71 e publicado em 72 na revista Critica sociologica dirigida por Franco Ferrarotti. Ficando excluídos os dados demográficos relativos à população e à legislação italiana sobre construção civil e urbanística, que, obviamente, estão desactualizados, o conteúdo e o recorte político do discurso parecem-me ainda válidos.

Detalhes do livro:
Editora: Edições 70, 1983; Colecção: Arte & Comunicação; Tradução: José Manuel de Vasconcelos; 255 pgs.
Estado: Bom