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Manuel Maria Barbosa de Bocage, ao lado de Luís de Camões e de Antero de Quental, situa-se entre os maiores sonetistas da Literatura Portuguesa. E, precisamente, a semelhança do seu destino com o destino de Camões o havia de obsecar, até à morte. A vida de Bocage é um acumular de frustrações, de boémia louca, de viagens que o não satisfazem, à Índia, ao Brasil, onde calha. Perseguido pela sociedade, que lhe não perdoa nem a irreverência, nem .as ideias antimonárquicas e anticatólicas, vê-se obrigado a retratar-se, para escapar ao cárcere. E acaba os seus dias sustentando-se, a si e a uma irmã, com traduções pagas miseravelmente.
No amor, a infelicidade, a incompreensão e o desencontro, eis o que se lhe depara. E a sua personalidade complexa, tumultuosa, expressa-se, genialmente, nos «Sonetos (a parte mais significativa da sua Obra), carrega-dos de angústia, de desespero, de tragédia, que analisou com uma intuição psicológica até aí inédita entre nós. Um lúcido e completo «Prefácio do Professor Hernâni Cidade, que nos abre as portas da estranha e dolorosa alma de Bocage, valoriza esta edição.

Detalhes do livro:
Editor: Editores Associados, 1973/76; Colecção: Livros Unibolso; med.: 12 x 18,4 cm; 273 pg.
Estado: Impecável