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Seguindo as anotações de Elza Triolet sobre os nomes dos personagens de Os Banhos, vê-se que eles revelam um sentido particularmente alegórico. Pobedonossikov o do referido personagem principal é composto pelas palavras «pobeda (vitória), «nossit (levar consigo) e «ik, que é um sufixo diminutivo, resultando esta ideia de conjunto: o pequeno agente da vitória. Por seu turno, o do inventor Chudakov deriva do substantivo «tchoudak (original, bizarro), não esquecendo que ao mesmo género pertence a palavra «tchoudo (milagre).
Do ponto de vista construtivo Maiakovski procurou, com este drama, ressuscitar a ideia de que o teatro é acima de tudo um espectáculo. Daí, esta sua obra constituir uma decidida tentativa para lhe dar valor como tal. A abundância olímpica, a variabilidade das perspectivas cénicas e o recurso ao elemento maravilhoso, são factores que emprestam a Os Banhos as características de uma peça espectacular e ao mesmo tempo de uma mágica mecanizada de feira. O fogo de artifício, as explosões e o fumo, a máquina do tempo e a aparição surreal da Mulher Fosforescente remetem-nos, por outro lado, para as palhaçadas que vemos no circo.

Detalhes do livro:
Editora: Cronos, 1965; Versão Portuguesa: Fernando Luso Soares; med.: 13,2 x 19 cm; 98 pgs.
Estado: Bom