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A edição do Livro do Armeiro-Mor, que as Edições Inapa lançam no mercado em colaboração com a Academia Portuguesa da História, justifica uma notícia explicativa da nova publicação. Quarenta e quatro anos decorreram sobre o lançamento da reprodução do valioso códice que se guarda nos Arquivos Nacionais Torre do Tombo e que recebeu, em 1950, o patrocínio da mesma Academia. Para tornar o projecto exequível, recorreu-se então ao comprovado saber em matéria histórica do senhor António Machado de Faria (1898-1986), ainda com a categoria de académico correspondente. Coube-lhe redigir o estudo introdutório do Livro, com a biografia do mais que provável autor das suas iluminuras. O nome do luso-francês João du Crós tornou-se com essa investigação melhor conhecido, não apenas pela obra de iluminador de armas, como também por haver sido, até ao ano de 1512, rei de armas Portugal.
Não obstante o mérito da edição de 1956, os estudiosos apenas terão a ganhar sabendo que a publicação do Livro do Armeiro-Mor fora já concebida e, em grande parte, estruturada pelo coronel Afonso de Dornelas Cisneros (1880-1944), também esmerado cultor da genealogia e da heráldica. Figura respeitada nos foros militar e cultural, era natural de Lisboa e ingressou no ano de 1897 no Regimento de Caçadores 6, em Leiria. Com o posto de sargento, Afonso de Dornelas, como era mais conhecido, embarcou dois anos depois para uma campanha em Moçambique, onde recebeu os primeiros louvores da carreira. Em 1909 entrou ao serviço da Cruz Vermelha Portuguesa, cuja organização e serviços ajudou a estruturar, e onde foi equiparado pelo Governo ao posto de coronel. Durante três decénios viria a servir com raro empenhamento a benemérita instituição, tornando-se pela sua excelente personalidade uma figura nacional.

Detalhes do livro:
Editora: Inapa / Academia Portuguesa de História, 2007; Apresentação: Vasco Graça Moura; med.: 25x32 cm; 128 pgs. (capa dura c/ sobrecapa)
Estado: Impecável